Em ata divulgada nesta terça-feira (24), o Comitê de
Política Monetária (Copom) do Banco Central estimou
que, após expansão "acima do
esperado" no segundo trimestre, o Produto Interno Bruto
(PIB) deve apresentar "ligeiro crescimento" no terceiro trimestre. O
BC também projetou inflação abaixo da meta para 2019 e 2020 e indicou novo
corte nos juros básicos da economia.
As avaliações foram divulgadas por meio da ata da
última reunião do Copom, realizada na semana passada, quando os juros básicos da
economia recuaram para a mínima histórica de 5,5% ao ano.
A previsão da maior parte do mercado, até o momento, é
de que a taxa deve cair para 5% ao ano até o fechamento de 2019, mas há há
bancos projetando uma redução maior, para 4,5% ao ano.
Sobre o comportamento da inflação, o BC avaliou que a
economia segue operando com alto nível de ociosidade dos fatores de produção
(baixo uso do parque fabril) e que diversas medidas de inflação subjacente
(medida que procura captar a tendência dos preços, desconsiderando fenômenos
temporários) se encontram em "níveis confortáveis".
Para definir a taxa básica de juros, o Copom busca
atingir as metas centrais de inflação. Para este ano, por exemplo, a meta
central de inflação é de 4,25%, podendo oscilar de 2,75% a 5,75%. Para 2020, a
o objetivo central é de 4% – com oscilação autorizada de 2,5% a 5,5%.
Quando as estimativas para a inflação estão em linha
com as metas, o BC reduz os juros. Quando estão acima da trajetória esperada, a
taxa Selic é elevada.
Para definir a taxa básica de juros neste momento, o
BC já está de olho nas previsões de inflação do ano que vem. Isso porque suas
decisões demoram meses para terem impacto pleno na economia.
Na ata do Copom, divulgada nesta terça-feira, o BC
informou que, no cenário com trajetórias para a taxa de juros e de câmbio
extraídas da pesquisa Focus – feita com mais de 100 instituições financeiras –,
as projeções situam-se em torno de 3,3% para 2019 e 3,6% para 2020, ou seja,
bem abaixo das metas centrais.
O cenário pressupõe corte de juros para 5% ao ano até o fim de 2019, com
manutenção em 2020, e câmbio em R$ 3,90 até o fim do ano que vem.
"O Comitê avalia que a consolidação do cenário
benigno para a inflação prospectiva deverá permitir ajuste adicional no grau de
estímulo [corte dos juros]", informou.
O BC reiterou, porém, que a comunicação dessa
avaliação não "restringe sua próxima decisão" sobre a taxa básica da
economia, e acrescentou que os próximos passos continuarão dependendo da
"evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e
expectativas de inflação".
Produto
Interno Bruto
Sobre o crescimento da economia brasileira, o Copom avaliou
que, após setembro, os trimestres seguintes devem apresentar alguma aceleração,
que deve ser reforçada pelos estímulos decorrentes da liberação de recursos do
FGTS e PIS-PASEP – com impacto, em especial, no último trimestre de 2019.
"O cenário básico do Copom supõe que o ritmo de
crescimento subjacente da economia, que exclui os efeitos de estímulos temporários,
será gradual", avaliou o BC.
A instituição enfatizou ainda que, com poucos recursos
para investimentos públicos, a continuidade do processo de reformas e ajustes
que gerem sustentabilidade da trajetória fiscal futura é importante.
"Ao reduzirem incertezas fundamentais sobre a
economia brasileira, essas reformas tendem a estimular o investimento privado.
Esse potencial efeito expansionista deve, em alguma medida, contrabalançar
impactos de ajustes fiscais correntes sobre a atividade econômica", avaliou.
O BC reiterou o entendimento de que uma aceleração do
ritmo de retomada da economia para "patamares mais robustos dependerá,
também, de outras iniciativas que visam ao aumento de produtividade, ganhos de
eficiência, maior flexibilidade da economia e melhoria do ambiente de
negócios".
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