O ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner
Rosário, disse nesta sexta (4) que entre dezembro de 2018 e agosto deste ano
foram suspensas licitações para compras públicas com um valor total de R$ 812
milhões por suspeita de fraude. Segundo o ministro, os indícios foram
identificados a partir de problemas ocorridos em contratos anteriores.
“Nós pegamos casos de corrupção confirmados e fomos estudar os editais de
licitação. Verificamos que esses editais possuíam características comuns”,
disse ao palestrar na universidade Mackenzie. Esses pontos foram usados para
elaborar um programa que faz uma triagem nos textos das concorrências públicas.
“A partir daí, a turma de TI [tecnologia da informação] desenvolveu um
algoritmo que identifica esses casos. Então diariamente agora, 250 licitações
de pregão eletrônico vão para o sistema de compras do governo federal”,
explicou o ministro.
O uso do processamento digital permite que a CGU consiga analisar a grande
quantidade de processos de licitação abertos diariamente. “São em torno de 5
mil páginas de edital de licitação por dia e o algoritmo tentando identificar
aqueles problemas que, quando presentes em editais anteriores, ocasionaram
casos de fraude. A partir dessa análise nós levantamos os editais que apresentam
risco de ocorrência de fraude”, acrescentou.
As licitações com pontos duvidosos são, então, checadas por uma comissão do órgão. “Esses editais vão para a análise de um grupo de três servidores antes da licitação ocorrer. E as recomendações de resoluções de problemas vão antes da licitação ocorrer”, disse.
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