O Congresso
Nacional promulgou nesta quinta-feira (26) uma emenda à Constituição que
viabiliza o megaleilão dos novos campos de exploração de petróleo, com o qual o
governo espera arrecadar R$ 106,5 bilhões.
A emenda autoriza o pagamento à Petrobras dos recursos da chamada cessão onerosa.
O leilão da cessão onerosa refere-se ao petróleo excedente de uma área que a Petrobras recebeu em 2010. Na época, a estatal ganhou o direito de explorar uma área de 5 bilhões de barris de petróleo. Em troca, repassou ações para a União. Só que, depois de pesquisar a área, a Petrobras descobriu que a reserva pode chegar até a 15 bilhões de barris. Esse excedente irá a leilão.
A divisão dos recursos entre União, estados e
municípios ainda não está definida. A parte que tratava disso foi alterada pelo
Senado e precisou voltar à Câmara para nova análise.
A matéria consta de uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que
tramita na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.
Para que a nova votação na Câmara não comprometesse o calendário, que
prevê o leilão no dia 6 de novembro, ficou decidido que o melhor era fatiar a
PEC e promulgar apenas a parte que trata do pagamento da Petrobras.
Divisão dos recursos
Inicialmente, o texto previa o repasse de 15% dos recursos para estados
e mais 15% para municípios.
Pelos critérios que regem o Fundo de Participação dos Estados (FPE) e o
Fundo de Participação dos Municípios (FPM), que privilegiam os locais menos
desenvolvidos e com menor renda per capita, o Rio de Janeiro, estado produtor
de petróleo, ficaria com R$ 326 milhões, valor inferior ao que receberiam, por
exemplo, Bahia (R$ 905 milhões) e Ceará (R$ 692 milhões).
Parlamentares do Rio de Janeiro, descontentes com a parcela,
apresentaram uma emenda, que acabou acolhida, para destinar 3% para os estados
onde estão localizadas as jazidas de petróleo. Pelo texto, a estimativa é que o
estado receba cerca de R$ 2,5 bilhões.
De acordo com a PEC aprovada no Senado e agora em tramitação na Câmara,
a divisão dos recursos ficará assim:
-R$ 33 bilhões serão descontados
para cobertura de uma dívida que o governo federal tem com a Petrobras;
-R$ 10,95 bilhões (15%) serão
repassados a estados, via Fundo de Participação dos Estados (FPE);
-R$ 10,95 bilhões (15%) serão
repassados aos municípios, via Fundo de Participação dos Municípios (FPM);
-R$ 2,19 bilhões (3%) serão
distribuídos para os estados onde estiverem localizadas as jazidas de petróleo;
-R$ 48,9 bilhões ficarão com a
União.
DEIXE UM COMENTÁRIO
Facebook