Câncer de Mama: da prevenção e diagnóstico ao tratamento

Julia M. P. Viegas Butzke, Ginecologista Obstetra e Mastologista no Hospital Regional Terezinha Gaio Basso

Julia M. P. Viegas Butzke, Ginecologista Obstetra e Mastologista no Hospital Regional Terezinha Gaio Basso

02/10/2019 - 15h43

O câncer da mama é o tipo de câncer que mais acomete as mulheres em todo o mundo. Essa é uma doença multifatorial, sendo difícil designar uma causa específica. O que sempre ocorre são mutações nas células mamárias formando células atípicas, podendo ser de maneira hereditária (mutações congênitas) ou adquirida através dos fatores de risco (na maioria dos casos: 90%).

Prevenção

A prevenção primária ainda não é totalmente possível em razão da variação dos fatores de risco e das características genéticas que estão envolvidas na sua etiologia. Sabemos que existem medidas que podem ajudar a proteger as mamas das alterações celulares: amamentação, prática de atividade física, alimentação saudável com a manutenção do peso corporal, evitar bebidas alcoólicas (mesmo “moderada”), não fumar.

A principal intervenção para o controle do câncer de mama é a prevenção secundária, que é a diminuição da mortalidade pela doença através do autocuidado das mamas:  autoexame das mamas uma vez por mês; consulta médica com exame físico das mamas pelo menos uma vez por ano e mamografia uma vez por ano (a partir dos 40 anos).

Fatores de Risco

Os principais fatores de risco são: idade avançada; obesidade, tabagismo, alcoolismo, e os relacionados à vida reprodutiva da mulher (primeira menstruação precoce, menopausa tardia, não ter tido filhos, mais de 30 anos na primeira gestação e terapia de reposição hormonal por mais de 5 anos). A história familiar também é um fator de risco independente, pois 10% dos cânceres de mama são de causa genética. A suspeita de hereditariedade deve ocorrer sempre que houver parentes de primeiro grau com: câncer de mama antes dos 50 anos, nas duas mamas (em qualquer idade), câncer de ovário ou câncer de mama em homens.

Diagnóstico

Em estágio inicial nenhuma alteração é observada ao exame físico! Por isso a importância do rastreamento mamográfico que deve ser uma vez ao ano em todas as mulheres com mais de 40 anos. Quando sintomático, os principais sinais deste câncer são: nódulo, retração da pele ou do mamilo, pele com aspecto de casca de laranja, mudança no tamanho ou formato das mamas, saída de liquido transparente ou sangue pelo mamilo. Além do exame físico e da mamografia, também é necessária uma biópsia para o diagnóstico. Podem ser necessários também exames de ultrassom e ressonância magnética.

Tratamento

Para o tratamento é necessária a cirurgia da mama (mastectomia ou quadrantectomia) e da axila (pesquisa do linfonodo sentinela e linfadenectomia axilar, quando necessário). A quimioterapia é necessária não somente nos casos avançados, mas também nos tumores responsivos a este tipo de tratamento (conforme avaliação molecular das células cancerígenas). Este tratamento pode anteceder a cirurgia (quimioterapia neoadjuvante).

A Radioterapia é necessária sempre que a mama for preservada (pós quadrantectomia) ou nos casos mais avançados pós-mastectomia. Há também a possibilidade de tratamento “anti-hormonal” o qual pode ser usado por 5 anos. Quanto menor for o tamanho do tumor, maior a chance de cura. Um tumor com até 1 cm de tamanho tem 95% de chance de sucesso no tratamento. Conheça seu corpo e previna-se!


  • por
  • Jornal Regional
  • FONTE
  • Julia M. P. Viegas Butzke – Ginecologista Obstetra e Mastologista no Hospital Regional Terezinha Gaio Basso de São Miguel do Oeste – CRM 17048|RQE 8875|RQE 10000 -- Diretora técnica - Katia Bugs - CRM 10375



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