A chegada do frio do inverno em Santa Catarina preocupa especialistas e o poder público. O cenário propícia o aumento de doenças respiratórias e a disseminação da Covid-19, em um momento em que a pandemia lotou hospitais e a infecção exige mais tempo de internação.
É uma situação nova na pandemia. No mesmo período de 2020, ainda iniciava a primeira onda de transmissão. Agora o vírus está mais letal e o Estado já conta com cerca de 20 mil casos ativos, segundo o boletim epidemiológico desta quarta-feira (21).
Há outros aspectos
que diferem o cenário deste ano, segundo Fabiana Schuelter Trevisol, professora
e epidemiologista da Unisul (Universidade do Sul de Santa Catarina). Dentre
eles, a maior flexibilização das medidas e o maior descuidado da população.
Há três motivos que
explicam aumento de casos: as pessoas ficam mais em ambientes fechados, as
células de defesa circulam mais lentamente e o vírus tem mais facilidade em
aderir ao corpo. “As janelas ficam mais fechadas para manter o calor, e o ar
não é renovado”, alerta Trevisol. É necessário ter preocupação redobrada com o
arejamento dos ambientes.
Outra consequência
do frio é a produção do muco – a secreção que saí do nariz. O que ajuda a
manter o corpo quente é também uma porta de entrada para o vírus, que consegue
“grudar” mais facilmente no nosso corpo.
O frio também
aumenta os casos de gripe, que tem sintomas semelhantes que a Covid-19. Apesar
de não proteger contra o coronavírus, a vacinação contra a influenza é
recomendada para evitar o adoecimento.”Estas doenças também requerem
internação”, ressalta Trevisol.
Santa Catarina teve
uma queda no número de casos ativos de Covid-19, que reduziram 26% nas duas
últimas semanas, segundo o último mapa de risco, divulgado no sábado (17). Mas
os hospitais seguem lotados – 80 pacientes aguardavam leito de UTI nesta
quarta-feira (21), número que caiu 79% em um mês.
Queda precisa ser
mantida
De acordo com
Macário, a atual onda começou em março, sendo a mais grave. Apesar da tendência
de queda, ele não descarta um possível prolongamento. “Se tiver aumento brusco
na próxima semana, pode ser fatal para o sistema” afirma o superintendente.
Além dos cuidados já citados, é necessário que o Estado avance com mais força na vacinação. “Teríamos que ter pelo menos 65% da população vacinada para começar a controlar a Covid-19”, conforme Trevisol. Até esta quarta-feira (21), 899,5 mil catarinense receberam a primeira dose da vacina. Destes, pouco mais de 377 mil receberam a segunda.
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