Foto: Arquivo / Agência Brasil
Entre os dias 17 e
30 de setembro de 2021 foram detectados 528 hectares de áreas desmatadas
ilegalmente em Santa Catarina. Os resultados são da operação Mata Atlântica em
Pé, conduzida pelo MPSC (Ministério Público de Santa Catarina) e pela PMA
(Polícia Militar Ambiental). As informações são da Coordenadoria de Comunicação
Social do MPSC.
Os trabalhos
vistoriaram 85% de todos os alertas de possíveis desmatamentos ilegais gerados
pelo sistema MapBiomas, responsável pela produção de mapas anuais da cobertura
vegetal e uso do solo no Brasil por meio de um programa de alertas que usa
tecnologia de monitoramento.
A taxa representa
114 áreas monitoradas, em um universo de 135 terrenos suspeitos. “Foram mais de
700 hectares de áreas fiscalizadas com a utilização de drones e tecnologias de
geoprocessamento”, relata o Coronel Paulo Sérgio Souza, comandante da PMA.
Comparado ao ano anterior, há aumento de aproximadamente 15%.
Os órgãos se
baseiam também no Atlas da Mata Atlântica, desenvolvido pelo SOS Mata Atlântica
e pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). As autuações chegam a
R$ 4,112 milhões em multas potenciais, que ainda estão sujeitas a recursos
administrativos.
Agronegócio é a
principal causa
De acordo com a
Polícia Militar Ambiental, a principal irregularidade identificada foi o corte
não autorizado de mata nativa para o cultivo agrícola no terreno.
“Agora as provas
levantadas pela PMA serão encaminhadas aos Promotores de Justiça do Meio Ambiente
para a tomada das providências civis e criminais”, explica Luciana Cardoso
Pilati Polli, coordenadora do projeto e promotora de Justiça.
Esta é a quarta
edição da iniciativa, realizada nacionalmente e coordenada pelo Ministério
Público do Paraná. Além da identificação, o objetivo é cessar os atos ilícitos
e responsabilizar os infratores nas esferas administrativa, civil e criminal.
Monitoramento
Por meio da
utilização do Atlas e do MapBiomas, foram definidos diversos polígonos de
desmatamento a serem fiscalizados durante a operação. É esse sistema que
possibilita a fiscalização remota, sem a necessidade de vistoria em campo, dada
a precisão dos dados fornecidos pelos sistemas de monitoramento via satélite.
Os dados obtidos a
partir das imagens são cruzados com o Sistema Nacional de Cadastro Ambiental
Rural e outros sistemas, identificando-se assim os proprietários dos terrenos.
Isso, somado à análise histórica de imagens de satélite, viabiliza em muitos
casos a lavratura de autos de infração e termos de embargo por via remota.
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