Preso por mega-assalto é suspeito de planejar fuga de chefe de facção

03/12/2020 - 14h17

Um dos presos pela Polícia Civil por assalto a uma agência bancária em Criciúma (SC) pertence ao Primeiro Comando da Capital (PCC), uma conhecida facção criminosa de São Paulo. Ele teria participado da tentativa de fuga de um dos chefes da facção, conhecido como Marcola. Ao todo, nove pessoas já foram presas pelo ataque a banco em Criciúma.

A polícia não informou o nome do suposto integrante de facção, nem qual seria a tentativa de resgate que ele participou, mas informações apuram ser Márcio Geraldo Alves Ferreira, conhecido como Buda.

Na última segunda-feira, (30), cerca de 30 pessoas encapuzadas assaltaram a agência do Banco do Brasil no Centro de Criciúma. A ação durou 1 hora e 45 minutos. Pessoas foram feitas reféns e cercadas por criminosos. Houve bloqueios e barreiras para conter a chegada da polícia.

Os criminosos fugiram, e parte do dinheiro ficou espalhada pelas ruas. O valor levado e abandonado não foi informado. Após a ação, 10 carros usados no assalto foram apreendidos em um milharal de uma propriedade privada em Nova Veneza, a noroeste de Criciúma.

Questionado durante coletiva de imprensa na manhã desta quinta-feira (3) sobre possível envolvimento de um dos presos com o Primeiro Comando da Capital (PCC), conhecida organização criminosa de São Paulo, o delegado João Paulo Abreu, chefe do DEIC de Porto Alegre, destacou que ele está "intensamente relacionado a essa organização criminosa".

O homem foi detido na manhã desta quinta, em uma casa em Gramado, na serra gaúcha.

"Uma pessoa localizada dentro do imóvel, essa pessoa em tese, já comparando com a imagem que me foi trazida ontem [quarta], seria um faccionado da organização criminosa que atua lá em São Paulo. Inclusive já participou de uma tentativa de resgate do líder dessa organização criminosa que atua em São Paulo", destacou o delegado.

O secretário de Segurança Pública e vice-governador do RS, Ranolfo Vieira Jr. falou sobre o grande potencial do crime.

“O perfil [dos criminosos] está sendo feito. Não tem dúvida alguma do potencial da ação. Nove carros blindados, organização completa. Possibilidade muito presente de uma organização criminosa”

Prisões e galpão encontrado

Dois dos suspeitos foram localizados em Gramado, na Serra do Rio Grande do Sul, na manhã desta quinta-feira (3), segundo a Chefe da Polícia Civil, Nadine Anflor.

Outros sete foram presos entre a tarde de quarta (2) e a madrugada desta quinta, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF) em cidades do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Os suspeitos são de São Paulo (8) e Minas Gerais (1).

Mais cedo nesta quinta-feira, um homem foi preso em uma casa localizada entre os municípios de Morrinhos do Sul (RS) e Três Cachoeiras (RS), às margens da BR-101.

Segundo o comandante geral da Brigada Militar, coronel Rodrigo Mohr Picon, na casa foram encontrados objetos com características semelhantes aos utilizados no assalto. "Uniformes, material pra uso de explosivos, tinta spray. Várias características que poderiam estar envolvidos nessa ação. Também havia vestígios de sangue na casa".

Dois paulistas, de 30 e 44 anos, foram presos na tarde de quarta, na BR-116, em São Leopoldo, na Região Metropolitana de Porto Alegre.

“Nosso serviço de inteligência chegou a informação de que um veículo que foi abordado, um HB20, tinha uma possível vinculação, direta ou indireta com a ação delituosa. Foi feita a interceptação em São Leopoldo e já condenamos com a Polícia Civil esse intercâmbio de informações e o desdobramento dessa ocorrência", destaca o superintendente da PRF, Luis Reichack.

Os dois tem antecedentes criminais, segundo a delegada Nadine. "Antecedentes de receptação, roubo. Não antecedentes diretamente de roubo a banco. O veículo hb20 era justamente o batedor. Foi o veículo utilizado para trazerem todos os demais veículos de Criciúma", diz.

Os homens decidiram permanecer em silêncio no interrogatório. Com eles foram apreendidos celulares e R$ 8 mil em dinheiro. "Se lavrou o flagrante pelos crimes de participação em organização criminosa e coautoria pelo roubo a banco em Criciúma", diz a delegada.

Na tarde de quarta-feira (2), uma mulher de 31 anos foi presa em São Paulo suspeita de participação no mega-assalto. Ela foi localizada, após uma denúncia, no Jardim Reimberg, Zona Sul da capital paulista. Com a mulher, os policiais encontraram malotes de dinheiro do Banco do Brasil, que serão periciados.

Na terça-feira (1°), um galpão usado pelos criminosos foi encontrado pela Polícia Militar na cidade vizinha de Içara, a cerca de 9 quilômetros de Criciúma.

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