Um dos presos pela
Polícia Civil por assalto a uma agência bancária em Criciúma (SC) pertence ao
Primeiro Comando da Capital (PCC), uma conhecida facção criminosa de São Paulo.
Ele teria participado da tentativa de fuga de um dos chefes da facção, conhecido como Marcola.
Ao todo, nove pessoas já foram presas pelo ataque a banco em
Criciúma.
A polícia não informou o nome do suposto integrante de facção, nem qual
seria a tentativa de resgate que ele participou, mas informações apuram ser Márcio Geraldo Alves Ferreira,
conhecido como Buda.
Na última segunda-feira, (30), cerca de 30 pessoas encapuzadas
assaltaram a agência do Banco do Brasil no Centro de Criciúma. A ação durou 1
hora e 45 minutos. Pessoas foram feitas reféns e cercadas por criminosos. Houve
bloqueios e barreiras para conter a chegada da polícia.
Os criminosos fugiram, e parte do dinheiro ficou espalhada pelas ruas. O
valor levado e abandonado não foi informado. Após a ação, 10 carros usados no
assalto foram apreendidos em um milharal de uma propriedade privada em Nova
Veneza, a noroeste de Criciúma.
Questionado durante coletiva de imprensa na manhã desta quinta-feira (3)
sobre possível envolvimento de um dos presos com o Primeiro Comando da Capital
(PCC), conhecida organização criminosa de São Paulo, o delegado João Paulo
Abreu, chefe do DEIC de Porto Alegre, destacou que ele está "intensamente relacionado a essa organização criminosa".
O homem foi detido na manhã desta quinta, em uma casa em Gramado, na
serra gaúcha.
"Uma pessoa
localizada dentro do imóvel, essa pessoa em tese, já comparando com a imagem
que me foi trazida ontem [quarta], seria um faccionado da organização criminosa
que atua lá em São Paulo. Inclusive já participou de uma tentativa de resgate
do líder dessa organização criminosa que atua em São Paulo", destacou o
delegado.
O secretário de Segurança Pública e vice-governador do RS, Ranolfo
Vieira Jr. falou sobre o grande potencial do crime.
“O perfil [dos criminosos] está sendo feito. Não tem dúvida alguma do
potencial da ação. Nove carros blindados, organização completa. Possibilidade
muito presente de uma organização criminosa”
Prisões e galpão encontrado
Dois dos suspeitos foram localizados em Gramado, na Serra do Rio Grande
do Sul, na manhã desta quinta-feira (3), segundo a Chefe da Polícia Civil, Nadine
Anflor.
Outros sete foram presos entre a tarde de quarta (2) e a madrugada desta
quinta, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF) em cidades do Rio Grande do
Sul e de Santa Catarina. Os suspeitos são de São Paulo (8) e Minas Gerais (1).
Mais cedo nesta quinta-feira, um homem foi preso em uma casa localizada
entre os municípios de Morrinhos do Sul (RS) e Três Cachoeiras (RS), às margens
da BR-101.
Segundo o comandante geral da Brigada Militar, coronel Rodrigo Mohr
Picon, na casa foram encontrados objetos com características semelhantes aos
utilizados no assalto. "Uniformes, material pra uso de explosivos, tinta
spray. Várias características que poderiam estar envolvidos nessa ação. Também
havia vestígios de sangue na casa".
Dois paulistas, de 30 e 44 anos, foram presos na tarde de quarta, na
BR-116, em São Leopoldo, na Região Metropolitana de Porto Alegre.
“Nosso serviço de inteligência chegou a informação de que um veículo que
foi abordado, um HB20, tinha uma possível vinculação, direta ou indireta com a
ação delituosa. Foi feita a interceptação em São Leopoldo e já condenamos com a
Polícia Civil esse intercâmbio de informações e o desdobramento dessa
ocorrência", destaca o superintendente da PRF, Luis Reichack.
Os dois tem antecedentes criminais, segundo a delegada Nadine.
"Antecedentes de receptação, roubo. Não antecedentes diretamente de roubo
a banco. O veículo hb20 era justamente o batedor. Foi o veículo utilizado para
trazerem todos os demais veículos de Criciúma", diz.
Os homens decidiram permanecer em silêncio no interrogatório. Com eles
foram apreendidos celulares e R$ 8 mil em dinheiro. "Se lavrou o flagrante
pelos crimes de participação em organização criminosa e coautoria pelo roubo a
banco em Criciúma", diz a delegada.
Na tarde de quarta-feira (2), uma mulher de 31 anos foi presa em São Paulo suspeita de participação no
mega-assalto. Ela foi localizada, após uma denúncia, no Jardim
Reimberg, Zona Sul da capital paulista. Com a mulher, os policiais encontraram
malotes de dinheiro do Banco do Brasil, que serão periciados.
Na terça-feira (1°), um galpão usado pelos criminosos foi encontrado
pela Polícia Militar na cidade vizinha de Içara, a cerca de 9 quilômetros de
Criciúma.
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