O ministro do Meio
Ambiente, Ricardo Salles, revogou despacho assinado por ele em abril que
poderia anular infrações ambientais e anistiar desmatadores da Mata Atlântica.
A revogação está
publicada no Diário Oficial da União desta quinta-feira (4).
O despacho
invalidado reconhecia como consolidadas as APPs (Áreas de Preservação
Permanentes) desmatadas e ocupadas até julho de 2008 em propriedades rurais na
Mata Atlântica.
Na prática, o ato
regularizava invasões feitas no bioma até esse período e, com isso, margens de
rios e topos de morro devastados para a prática de agricultura e pecuária, por
exemplo, não precisariam mais ser recuperados com vegetação nativa.
A determinação
anterior de Salles causou a reação de ambientalistas e outros setores da
sociedade.
Em maio, um mês
depois da edição do despacho, o Ministério Público Federal entrou com ação
civil pública pedindo a suspensão do despacho.
Segundo os
procuradores, ele “aniquila significativa parcela da proteção de vegetação
nativa do bioma Mata Atlântica, proporciona uma fragilização ainda maior da
segurança hídrica em tempos de mudanças climáticas e de notórios, recorrentes e
cada vez mais intensos episódios de escassez hídrica e racionamento do
fornecimento de água potável”.
A ação foi assinada
também pela Abrampa (Associação Brasileira dos Membros do Ministério Público do
Meio Ambiente) e a organização não governamental SOS Mata Atlântica.
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