Um ato em frente à
Arena Condá, na tarde deste domingo, reuniu familiares das vítimas do avião da
Chapecoense para reforçar o protesto marcado para esta segunda, em Londres, com
presença do zagueiro Neto, um dos sobreviventes, e viúvas. A manifestação em
Chapecó aconteceu no Átrio Davi Barella Dávi e contou ainda com a presença de
Jackson Follmann, outro sobrevivente da tragédia aérea.
O grupo se reuniu em frente à fonte do espaço que homenageia os falecidos na tragédia. De branco, eles soltaram balões brancos, falaram a frase "verdades e reparações" e bateram palmas para encerrar. O ato contou ainda com torcedores e membros da Chapecoense.
Protesto em Londres
A comitiva é composta por quatro viúvas, o zagueiro Neto, um dos
sobreviventes do acidente, o presidente da Abravic e três advogados -
desembarcam nesta sexta-feira em Londres para um protesto em frente à sede da
Aon, empresa que se alega ter atuado como corretora do seguro da aeronave da
LaMia, e da Tokio Marine Kiln, seguradora. A manifestação está marcada para
esta segunda-feira, dia 30 de setembro.
Em quase três anos - que se completa no dia 29 de novembro - após a
queda do avião, os familiares lutaram para juntar documentos que pudessem
apontar os culpados pela tragédia. Encontraram, segundo advogados, uma cadeia
de fatores que culminou com o desfecho e por isso, tentam na justiça, serem
indenizados.
Entenda o caso
O seguro da aeronave era de US$ 25 milhões (cerca de R$ 104 milhões), na
época do acidente, mas os advogados das famílias contestam. Eles dizem que, até
2015, a apólice era de US$ 300 milhões (R$ 1,24 bilhão) e, a partir de 2016,
mesmo com o risco ampliado por passar a transportar atletas de clubes de
futebol, a apólice caiu de valor.
Os advogados das famílias dizem que a Aon é responsável pela avaliação
de risco de seguros e que tinha conhecimento que a aeronave sobrevoaria áreas
de risco, como a Colômbia. Para não fazer o pagamento da indenização, a empresa
de seguro alega que a apólice não estava paga, porém, segundo os advogados das
famílias, não houve uma comunicação sobre o não pagamento da apólice às
autoridades locais, o que impediria o voo.
Embora se recusem a pagar o seguro, duas empresas - Tokio Marine Kiln,
seguradora nascida no Japão, e a boliviana Bisa - fazem parte de um fundo
humanitário que ofereceu um repasse de dinheiro às famílias das vítimas. Elas
ofereceram cerca de R$ 935 mil para cada uma. Em troca, os beneficiários teriam
de desistir das ações na Justiça. Ao todo, 23 famílias toparam o acordo. E 48,
não.
As pessoas que organizam o protesto em Londres calculam que o valor
devido pela Aon, Tokio Marine Kiln e Bisa varia entre US$ 4 milhões e US$ 5
milhões (de R$ 16 milhões a R$ 20,8 milhões) para cada família.
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