O Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou novas medidas econômicas
para ajudar no combate à pandemia e à crise instaurada pelo novo coronavírus.
Além de reconhecer que micro e pequenas empresas precisam de ajuda, o banco suspendeu,
até dezembro de 2020, a cobrança de juros de dívidas dos estados, Distrito
Federal e mais 44 municípios que possuem linhas contratadas. O BNDES também
anunciou que vai diminuir a burocracia para que 13 estados possam receber mais
rapidamente cerca de R$ 456 milhões de linhas já contratadas, mas que ainda não
foram liberadas.
A linha de crédito para estados e municípios foi dividida em duas etapas. A primeira é a suspensão temporária de pagamento até dezembro deste ano. As dívidas que estão vencendo também serão suspensas. Segundo o BNDES, a medida vai garantir a permanência de quase R$ 4 bilhões nos entes federados, que devem utilizar os recursos para o enfrentamento da emergência de saúde pública. Para que isso ocorra, os gestores dos estados e municípios devem procurar o BNDES. A segunda linha de atuação é o repasse emergencial de linhas que já estão aprovadas, mas ainda não foram liberadas. Para os 13 estados que já contrataram linhas com o BNDES, estão disponíveis R$ 456 milhões para obras e infraestrutura.
Segundo o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, a medida mais importante é a que garante a suspensão dos pagamentos, já que isso pode injetar na economia aproximadamente R$ 3,9 bilhões.
A suspensão
temporária de pagamentos é conhecida no meio econômico como standstill, que já
tinha sido adotada BNDES para empresas. Montezano relatou que a instituição
terá de processar um enorme volume de operações, mas que está preparado para
gerenciar o processo nas próximas semanas.
Mais fôlego
Segundo o especialista em economia Alexandre Rocha, essas linhas de crédito do BNDES em favor dos estados e municípios são resultados de políticas públicas, geralmente autorizados pelo Conselho Monetário Nacional, para permitir que os entes desenvolvam as iniciativas do interesse do Governo Federal, inclusive o apoio na gestão financeira e orçamentária. Assim, a suspensão dos pagamentos vai dar fôlego aos caixas dos estados para que os gestores tenham mais ferramentas no enfrentamento da pandemia.
Alexandre Rocha
explica também que esse adiamento será de apenas alguns meses, o que não será
um problema para ser administrado pelos estados e municípios a longo prazo, uma
vez que esses financiamentos são diluídos. “Não são dívidas que precisam ser
quitadas em um ou dois anos. Essas dívidas se estendem por cinco, dez, 15 anos
ou até mais. Isso quer dizer que os entes vão conseguir equalizar isso mais
para frente”, ressalta.
A suspensão de
pagamentos por parte de estados e municípios com o BNDES também é importante
para mitigar riscos de inadimplência nos próximos meses. Isso porque cada um
dos entes tem perspectiva de queda brusca na arrecadação por conta da crise
instaurada na pandemia.
Repasse emergencial
Montezano anunciou
também a aprovação de repasse emergencial de recursos para os 13 estados que
têm contratos ativos com o banco: Acre, Amapá, Bahia, Espírito Santo, Goiás,
Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Piauí, Rio Grande do
Sul e Santa Catarina. A medida vai permitir que eles possam investir os
recursos em ações de enfrentamento à pandemia e na redução do impacto das
consequências econômicas. Além disso, será possível prorrogar os prazos das
operações.
A condição do
repasse do BNDES com menos burocracia é de que isso não comprometa a conclusão
de obras em andamento. De acordo com o presidente do BNDES, os R$ 456 milhões
liberados serão ajustados à capacidade de execução de investimentos de cada
estado e a medida não vai alterar as obrigações dos estados.
“O banco vai apenas
liberar os recursos com mais flexibilidade e agilidade. Esses recursos serão
aplicados em obras, construções e infraestrutura importantes na retomada da
nossa economia”, destacou Montezano.
O presidente do
banco também destacou que todas as medidas realizadas pelo BNDES no
enfrentamento à pandemia já injetaram R$ 138 bilhões na economia. Segundo ele,
cada uma delas é criada de acordo com a necessidade, uma completando a outra, e
novas medidas estão sendo estudadas para continuar o trabalho de combate à
crise instaurada pelo novo coronavírus.
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