Conta de luz deve aumentar 7,5% por causa da falta de chuvas

Foto: Comitê de Bacia Hidrográfica de Chapecó/Divulgação

Foto: Comitê de Bacia Hidrográfica de Chapecó/Divulgação

15/06/2021 - 18h54

A conta de luz dos brasileiros deve aumentar em média entre 7% e 7,5%, por conta do cenário da maior crise hídrica da história, conforme o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico).

A informação é do diretor-geral da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), André Pepitone da Nóbrega, que participou nesta terça-feira (15) de audiência pública da Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados.

De acordo com o executivo, o impacto na tarifa de energia se dará devido à elevação na cobrança das bandeiras tarifárias.

Atualmente, o patamar 2 da bandeira vermelha, o mais caro sobre a conta de luz, é o que vigora no país, com um custo de R$ 6,24 a cada 100 kw/h consumidos. E o valor nesse sistema, em vigor desde 2015, deve subir mais de 20%, passando dos R$ 7,48.

“Os 20% [divulgados] devem ter sido atrelados ao valor da consulta pública, que durou 30 dias, que apresentou um valor de R$ 7 e alguns centavos, mas com certeza esse valor deve superar um pouco os R$ 7, [deve superar] os 20%”, afirmou Nóbrega.

Ele alertou na sequência sobre a diferença entre o incremento na cobrança das bandeiras e o valor final da conta de luz. “Não é a tarifa que vai subir 20%. Conseguimos fazer com que os aumentos que estão ocorrendo no país esse ano para o consumidor residencial fique na casa dos 7%, 7,5%”, disse.

“O que vai aumentar é o incremento da bandeira tarifária. Então a agência está tomando essa decisão ainda no mês de junho, apresentando novo valor que será recolhido na bandeira para pagar as térmicas.”

Maior crise hídrica da  história

Nóbrega explicou ainda que, com o pior período úmido desde 1931, o país praticamente não tem água para gerar energia nas hidrelétricas até novembro.

“Somente na segunda quinzena de outubro vai chover. Até lá atenderemos o país com as [usinas] térmicas [mais caras do que as hidrelétricas, matriz principal do Brasil]. E o importante do instrumento das bandeiras é a transparência na apresentação desse custo à sociedade”, disse.

“A melhor maneira de responder a isso é intensificar a prática consciente no consumo de energia.”

Ainda de acordo com o diretor da Aneel, somado ao cenário hidrológico adverso, outros fatores contribuíram para a pressão na tarifa do consumidor. Entre eles está o IGP-M, que no acumulado dos últimos 12 meses teve crescimento de 37,04%, e o dólar, que afeta diretamente a geração de energia.

“Mas com o trabalho conjunto da Aneel, do Ministério de Minas e Energia e das instituições conseguimos com o que valor do aumento ao consumidor fique na casa dos 7,5%”, destacou.

Audiência pública

A reunião contou ainda com a participação do diretor-geral do ONS, Luiz Carlos Ciocchi; da diretora-presidente da ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico), Christianne Dias Ferreira; do presidente da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), Thiago Barral; do coordenador-geral de Inpe (Ciências da Terra do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), Gilvan Sampaio de Oliveira; e do presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Marcos Madureira.

Nóbrega revelou na audiência pública que a Aneel vai estender a suspensão do corte de energia para os consumidores de baixa renda por mais três meses, até setembro. O plano inicial era até o fim de junho.

“O objetivo da agência é atenuar o sofrimento da população mais vulnerável. Estamos com uma pandemia no país, o regulador está adotando boas práticas mundiais e tem que se sensibilizar no ambiente que regula”, disse.

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