Com uma festa
colorida e descontraída, música, dança e valorização de sua cultura, o Peru
celebrou seus Jogos Pan-Americanos e mostrou ao mundo que tem muito mais a
oferecer do que as ruínas de Machu Picchu ou a renomada alta gastronomia. A
Cerimônia de Abertura dos XVIII Jogos Pan-Americanos encantou e emocionou os 50
mil presentes ao Estádio Nacional, em Lima, pela beleza de suas apresentações,
na noite desta sexta-feira. Quem comandou a festa brasileira foi a dupla de
porta-bandeiras Martine Grael e Kahena Kunze, com direito a "hola" e
carona nas costas.
Durante 3 horas, 1.700 artistas, entre músicos, bailarinos e acrobatas,
destacaram as várias facetas culturais de um país multicolorido que se orgulha
de sua história e deram vida ao espetáculo “Alucina, Peru!”. E alucinados
ficaram todos, principalmente, com a entrada no palco do tenor peruano Juan
Diego Flórez e, posteriormente, do cantor porto-riquenho Luis Fonsi, que entoou
o sucesso mundial “Despacito”. A responsabilidade de acender a pira foi de
Cecilia Tait, vice-campeã olímpica com a seleção peruana feminina de vôlei em
Seul 1988.
E foi com uma reverência ao Monte Pariacaca, feita por bailarinos, que a
Cerimônia de Abertura começou a sua contagem regressiva, que terminou com uma
apresentação de dança. Em seguida, um poema foi declamado nos 49 idiomas
falados no país. Mas, oficialmente, o espanhol, falado por 84% da população, o
quechua e o aimara são os três idiomas peruanos.
A festividade seguiu com a execução do Hino Nacional do Peru, encenações
e danças folclóricas. A apresentação da música oficial dos Jogos
Pan-Americanos, "Jugamos Juntos" veio acompanhada da presença da
mascote da competição, Milco.
Em um dos momentos mais aguardados da cerimônia, o desfile dos
atletas, o Brasil inovou ao escolher
duas pessoas para carregar a bandeira nacional: as campeãs olímpicas da vela
Martine Grael e Kahena Kunze. Também foi a primeira vez em
que as mulheres brasileiras ocuparam esse posto e a entrada das duas atletas no
estádio à frente da delegação foi apoteótica, com Kahena carregando Martine nos
ombros.
No total, 110 pessoas entre atletas e oficiais do Brasil participaram do
desfile, que reuniu representantes de 41 países no Estádio Nacional do Peru. A
delegação brasileira desfilou com desportistas do badminton, vôlei de praia,
basquete 3x3, tiro esportivo, rugby, hipismo, pentatlo, natação artística,
levantamento de peso, surfe, squash e vela. E foi a mais vibrante entre todas
que passaram pela pista do Estádio Nacional, inclusive, ao fazer várias
"holas" durante a exibição.
O desfile dos atletas deu lugar à representação da chegada dos turistas
ao Peru para acompanhar as festividades do solo, fauna e flora do país. E a
descoberta dos valores e riquezas da cozinha peruana, como o fato de possuir
uma variedade de 3 mil tipos de batatas.
Em sua Cerimônia de Abertura, Lima também não esqueceu de exaltar seu
artesanato. Ao louvar as árvores que originam seus típicos tecidos e cores
usados como vestimenta e, neste momento, a escultura do Monte Pariacaca se
transformou em um grande tear antes de ser projetado com um típico tecido
peruano.
Um capítulo à parte foi a apresentação de um dos ídolos peruanos, o
tenor Juan Diego Flórez. Sozinho na pista do Estádio Nacional, ele fez com que
todo o estádio silenciasse para ouvi-lo. No fim, terminou ovacionado de pé
pelos 50 mil presentes no estádio.
Juan Diego Flórez deu lugar à exaltação de um país moderno e inovador,
que se transforma mas sem perder a sua essência, o culto aos seus antepassados
e o respeito ao seu povo. E após a solenidade de hasteamento da bandeira da
Panam Sports e a abertura oficial feita pelo presidente do Peru, Martín
Vizcarra, chegou a hora do momento mais solene da competição: o acendimento da
Pira Pan-Americana.
Um revezamento de atletas levou a chama para dentro do Estádio Nacional
do Peru até chegar às mãos da vice-campeã olímpica de vôlei e integrante da
geração de prata peruana nos Jogos de Seul 1988 Cecilia Tait, que teve a honra
de acender a Pira. Em Jogos Pan-Americanos, ela conquistou duas medalhas de
prata (San Juan 1979 e Indianápolis 1987) e uma de bronze (Caracas 1983)
E ao ritmo do sucesso mundial "Despacito", Luis Fonsi encerrou
a festa pan-americana. O cantor porto-riquenho não economizou em sua
apresentação ao fazer um medley de algumas de suas músicas em um total de sete
e levantou o público.
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