O Poder Judiciário de Santa Catarina (PJSC), em tempos de
pandemia e isolamento social, se adapta e colabora com o bem-estar e saúde dos
usuários da Justiça catarinense. Através de sistema próprio de computador,
disponibilizado gratuitamente às partes, o PJSC mantém o andamento dos
processos em trâmite, com celeridade destacada pelos próprios advogados da
região.
A 2ª Vara Cível da comarca de São Miguel do Oeste retomou as audiências de
conciliação e instrução, agora de forma virtual. A primeira audiência de
instrução e julgamento realizada nos novos moldes foi um processo de
indenização por danos materiais, formulado pela parte autora em face de uma
seguradora.
As partes e advogados receberam um link gerado a partir do sistema PJSC
Conecta, para acessar no dia e horário marcados. De sua casa ou
escritório, cada um pôde participar de todos os atos pela internet. O
sistema, lançado pelo Tribunal de Justiça após a pandemia, também pode ser
acessado pelo celular.
A advogada Heloísa Helena Faust Moreira participou de sua terra natal,
Blumenau, no Vale do Itajaí. "Como atendemos a todo o Estado, a audiência
virtual permite que nós mesmos, membros do escritório, acompanhemos as
audiências. Então, com certeza apoiamos tanto as audiências como as sessões
virtuais. São iniciativas assim que fazem com que o nosso Tribunal tenha tido
destaque pela continuação dos trabalhos, mesmo em tempos de pandemia",
considerou Heloísa.
Douglas Marangon atuou como advogado da outra parte e também aprovou a
experiência. "Na minha opinião, deve ser mantida a sistemática como regra.
Pois representa considerável economia de tempo e deslocamentos. Eu mesmo participei
de três audiências em comarcas diferentes em uma única tarde, o que seria
impossível na sistemática presencial. Acredito que o receio inicial seja
natural à novidade, especialmente se considerarmos a tradição e a liturgia
impregnada na prática forense. Cabe a nós, advogados, nos adaptar às novas
tecnologias e utilizá-las em benefício da celeridade processual", avaliou
Marangon.
A juíza da 2ª Vara Cível, Aline Mendes de Godoy, ressalta que, no caso das
audiências de instrução, é necessária a manifestação favorável das
partes envolvidas no processo para que a audiência por
videoconferência ocorra. No caso das audiências de conciliação, que no
juizado cível já ocorrem desde o último dia 13 de maio, eventual acordo é
homologado pela magistrada.
Nos dois casos, os arquivos de vídeo e o termo de audiência ficam
disponíveis no processo digital, pela internet, que pode ser acessado a
qualquer momento. Para agendamento, basta que os advogados, de forma individual
ou em conjunto, peticionem nos autos o interesse na audiência
virtual, de forma que o processo seja encaminhado para designação do ato.
"O Judiciário catarinense, apesar do regime de plantão extraordinário
instituído pelo Conselho Nacional de Justiça, não parou um só dia desde o
início da pandemia. Mesmo com a suspensão temporária da realização de
audiências, o Tribunal de Justiça foi rápido ao criar um novo sistema que
permite a realização do ato, com toda segurança. Apesar de alguma resistência
inicial, o que se vê é que todos estão empenhados na normalização dos trabalhos
e, na medida do possível, com o andamento de todos os processos. Mesmo que
seja determinado o retorno às atividades presenciais, acredito que muitos
advogados vão preferir manter esse sistema de videoconferência, o que dinamiza os
trabalhos e traz uma enorme economia de tempo e recursos", conclui a
magistrada.
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