Reino Unido alerta ter encontrado 'nova variante' do coronavírus que se propaga mais rápido

15/12/2020 - 08h38

O ministro da Saúde do Reino Unido Matt Hancock afirmou nesta segunda-feira (14) que mais de mil casos de Covid-19 associados a uma nova variante do Sars-Cov-2 foram identificados nos últimos dias na Inglaterra.

Representantes da OMS disseram que, por enquanto, nada sugere que ela faça com que o vírus seja mais “complicado”, ou seja, capaz de ampliar sua capacidade de propagação.

Ainda não há informações sobre se a nova variante é a mesma anunciada por cientistas no fim de outubro. À época, a mutação batizada de 20A.EU1 foi associada a casos na Espanha e em vários países europeus.

Sem dar detalhes se ela se tratava da 20A.EU1, Hancock falou sobre a nova variante em um comunicado ao parlamento: “Identificamos uma nova variante do coronavírus, que pode estar associada à disseminação mais rápida no sudeste da Inglaterra”.

“Uma análise inicial sugere que esta variante está crescendo mais rápido do que as variantes existentes”, afirmou o ministro da Saúde.

“Devo enfatizar que atualmente não há nada que indique que a variante seja mais provável de causar doenças graves, e o conselho clínico mais recente é que é altamente improvável que uma vacina falha em proteger contra essa mutação”, finalizou.

Os representantes da OMS disseram que a nova variante é monitorada para saber se ela faz que o vírus “seja mais complicado” ou possa se propagar mais. Por enquanto, não há nada que indique isso, segundo o diretor de emergências da entidade Mike Ryan.

“Temos ciência dessa variante de Covid-19 na Inglaterra. Esses tipos de mutações são comuns”, afirmou. 

“Essa variação já está sendo monitorada. Pesquisadores já estão fazendo o sequenciamento genético e não há nenhuma evidência de que esta variante se comporte diferente”, disse a líder técnica da OMS Maria van Kerkhove.

Histórico de mutações

As novas variantes ou mutações são uma mudança que pode ocorrer em qualquer código genético, inclusive no do novo coronavírus. O novo coronavírus muda de forma lenta: o genoma do Sars-CoV-2 costuma sofrer duas mudanças de uma letra cada por mês. (O código genético é “escrito” com quatro letras, que mudam dependendo do tipo de código – DNA ou RNA).

Essa taxa é cerca de metade da dos vírus da família Influenza e um quarto da do vírus HIV. Não necessariamente as mudanças tornarão o vírus mais perigoso. Como ocorrem ao acaso, as mutações não necessariamente trabalham “a favor” do vírus. E, no caso do Sars-CoV-2, não há nenhum indício, até agora, de que as mutações pelas quais ele passou o tenham tornado mais perigoso no sentido de causar uma doença pior.

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