Rocha desaba, atinge embarcações e deixa sete mortos
Para Tiago Antonelli, do Serviço Geológico do Brasil, esse tipo de queda é natural em formações rochosas e acontece no país todo

Foto: Reprodução das Redes Sociais

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09/01/2022 - 06h17

O desabamento de pedras em um cânion no lago de Furnas, em Capitólio (MG), deixou 7 mortos neste sábado (8) após atingir 4 embarcações que estavam na área. Quatro embarcações receberam impactos de pedras (sendo que 2 foram atingidas diretamente pelo paredão).

As vítimas são 3 mulheres e 4 homens, informou o delegado de Capitólio; ninguém foi identificado ainda.

Ao todo, 34 pessoas estavam envolvidas no acidente; 27 pessoas foram atendidas e liberadas com ferimentos leves, mas 4 ainda estão internadas.

A estimativa inicial era de que 20 pessoas podiam estar desaparecidas, mas o número foi atualizado para 4, disseram os bombeiros. O número foi levantado com base em relatos de empresas de turismo e familiares de pessoas na região.

As buscas continuam, mas os trabalho foram suspensos durante a noite para a segurança da equipe de resgate, e serão retomados na manhã de domingo. 40 bombeiros e mergulhadores estão no local, mas o mau tempo impediu a chegada do helicóptero do Corpo de Bombeiros ao local.

Outras 9 seguem internadas:

- 2 pessoas com fraturas expostas foram para a Santa Casa de Piumhi, a cerca de 23 km de Capitólio;

- 2 pessoas ainda não têm estado de saúde confirmado e estão sendo atendidas na Santa Casa de Passos, a 74 km de Capitólio; a terceira pessoa que estava internada em Passos foi para um hospital particular – por isso, os bombeiros não têm informações sobre o estado de saúde dela.

Qual o horário do deslizamento?

O desmoronamento das rochas aconteceu por volta de 12h30, segundo informações do Corpo de Bombeiros.

Quais as causas do desmoronamento?

Ainda não há informações oficiais sobre as causas do incidente. Pela manhã, a Defesa Civil de Minas Gerais havia feito um alerta sobre chuvas intensas e a possibilidade de ocorrências de "cabeça d'água' na região de Capitólio, mas ainda não há uma confirmação de isso ser a causa das quedas no cânion.

A Marinha disse que será investigado por que os passeios foram mantidos mesmo com os alertas.

Fenômeno natural

Gustavo Cunha Melo, especialista em gerenciamento de risco, disse em entrevista à Globo News que a rocha que despencou aparentava estar com muita erosão. Ele também afirma que a queda é parte de um fenômeno natural.

"Desabamento de falésias acontecem em algumas praias do nordeste. E, no caso desse cânion, são acidentes naturais, eles vão acontecer. Essa rocha estaca com muita erosão, totalmente fragmentada. Aparece uma cicatriz incrível na rocha e ali iria desabar em algum momento", disse.

"A tromba d’água pode explicar o desabamento neste momento? Pode, assim como também não precisava nada – ela ia desabar em algum momento por erosão, por um processo natural", afirmou.

Na opinião de Tiago Antonelli, do Serviço Geológico do Brasil, esse tipo de queda é natural em formações rochosas e acontece no país todo — e, assim como outros especialistas, também afirma que as chuvas coincidiram para a tragédia. Ele não acredita que a queda tenha relação com o fato de o lago ser artificial.

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  • por
  • Jornal Regional
  • FONTE
  • G1



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