Servidores públicos municipais lotaram plenário da Câmara na sessão desta quinta-feira | Foto: Tiarajú Goldschmidt/Câmara de Vereadores
Durante a sessão
ordinária desta quinta-feira (11) da Câmara Municipal de Vereadores, servidores
públicos municipais de São Miguel do Oeste lotaram o plenário do Poder
Legislativo e apresentaram sua pauta de reivindicações aos vereadores. Os
servidores, através de assembleia do Sindicato dos Servidores Públicos
Municipais do Extremo-Oeste (Sisme), deflagraram nesta semana estado de greve.
A presidente do
Sisme, Vaine Plautz, explicou que com o estado de greve os servidores querem
sensibilizar o prefeito Wilson Trevisan para a pauta e a situação dos
servidores. “Temos uma pauta, que é legítima. Mas, com certeza, se não
avançarmos na nossa pauta, nós vamos para uma greve”, anunciou, afirmando que o
principal item da pauta é a volta do vale-alimentação que, segundo ela,
representa 30% da renda de alguns servidores.
Vaine informou que
em janeiro o prefeito deu a palavra de que o vale passaria, em maio, a ser de
35 reais por dia. “Primeiro ele alimenta a esperança do servidor, e depois vai,
à noite, e corta o vale através de um decreto. É difícil para o servidor, que
se organizou com esses 30 reais por dia trabalhado”, lamentou a presidente do
Sisme, ressaltando que o vale-alimentação é uma pauta de todas as categorias.
Outro tema da pauta
é a contagem do tempo de serviço durante a pandemia. “O servidor público
trabalhou. Primeiro havia um entendimento de que não contaria o tempo de
serviço, mas em dezembro de 2022 o TCE entendeu que contaria”, destaca Vaine.
“Naquela ocasião fizemos ofício para todos os prefeitos de nossa base [cobrando
a contagem]. Alguns logo enviaram projeto e até já pagaram os valores
atrasados”, informou, afirmando ainda que em São Miguel do Oeste o sindicato
entrou com ação judicial para cobrar esse período retroativo e reconhecer o
tempo de serviço.
A presidente do
Sisme ainda falou sobre os pisos salariais. “O piso do magistério não está
sendo aplicado de forma correta. Professores iniciando a carreira recebem
complementação; professores que estão avançados na carreira estão contando
vantagens para chegar ao piso. O piso é para magistério (nível médio), e
professores com pós-graduação estão tendo que contar anuênios para chegar ao
valor do piso. O mesmo ele [o prefeito] fez com os agentes de saúde e agentes
de combate às endemias. E acreditamos que vai fazer o mesmo com a enfermagem”,
explicou Vaine. Ela ainda ressaltou que é necessário alterar as Leis
Complementares 25 e 26/2013 (Plano de Cargos e Salários e Plano de Carreira do
Magistério), pois muitas categorias estão com salários defasados.
“Esse é nosso
primeiro ato, queremos o apoio de vocês à nossa luta, para sensibilizar o
prefeito. Ele cortou nossa esperança; quando está cortando as vantagens para
complementar o piso, ele está cortando nossa esperança. E precisamos de
esperança para continuar fazendo o nosso trabalho. Com ameaça, ou sem ameaça, a
gente não vai mudar de ideia. O sindicato já está orientando para que quando
aconteça isso, tomaremos as medidas cabíveis, inclusive nas redes sociais. Não
vamos deixar ninguém falar mal de servidor público”, declarou Vaine aos
vereadores.
“A gente não quer
prejudicar o serviço público. Entramos em estado de greve, comunicamos o
prefeito, e até o momento não tivemos nenhuma conversa, ele nem se propôs a nos
receber. Precisamos do apoio dos vereadores, e temos certeza de que poderemos
contar com vocês. Se não avançarmos, vamos para a greve sim. O que temos a
perder? Já até perdemos a dignidade, de tantas vezes que fomos à Administração,
sentamo-nos com o prefeito para negociar, e ele nos enrolou”, acrescentou a
presidente do Sisme.
Na sessão, os
vereadores Carlos Agostini, Cris Zanatta, Elias Araújo, Gilmar Baldissera,
Paulo Fergutz, Paulo Drumm, Nini Scharnoski, Ravier Centenaro, Vagner Passos e
Vanirto Conrad realizaram manifestações de apoio aos servidores e às suas
pautas, e se colocaram à disposição para buscar o diálogo com a Administração
Municipal.
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