Uma pesquisa da Universidade
Federal de São Paulo (Unifesp) mostra que mais da metade da população adulta
brasileira está no grupo de risco da Covid-19. São 86 milhões de pessoas que
apresentam ao menos um dos fatores que pode aumentar o risco de complicações,
caso haja contaminação pelo coronavírus.
Dos 54% de adultos
dentro dos grupos de risco, 30% deles têm ao menos um fator que pode causar o
agravamento do quadro em caso de contaminação, 15% têm dois fatores, enquanto
9% têm 3 ou mais.
Foram considerados
grupos de risco idosos (acima de 65 anos), portadores de doenças crônicas
(doenças cardiovasculares, diabetes, hipertensão, doenças respiratórias
crônicas (em particular doença pulmonar obstrutiva crônica), câncer e doenças
cerebrovasculares (acidente vascular cerebral - AVC).
Também foram
incluídos outros fatores de risco, provenientes de estudos mais recentes
realizados nos Estados Unidos e na Europa, como doença renal crônica,
obesidade, asma e tabagismo.
A pesquisa foi
coordenada por Leandro Rezende, professor do Departamento de Medicina
Preventiva da Escola Paulista de Medicina (EPM-Unifesp). O artigo será
publicado na Revista de Saúde Pública, da Universidade de São Paulo.
O estudo considerou
dados de 51.770 participantes da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2013. São
as informações mais recentes da área. “Em 2019, teve início uma nova edição da
PNS, que ainda não foi concluída”, afirmou Rezende.
Os autores ainda consideraram sexo, cor da pele, escolaridade e unidades federativas do Brasil.
Análise por estados
A pesquisa também
retrata a proporção no grupo de risco por estados.
Nesse caso,
observa-se uma predominância de estados do Sul e Sudeste entre os que têm maior
fatia da população nos grupos de risco, com Rio Grande do Sul (58,4%), São
Paulo (58,2%) e Rio de Janeiro (55,8%) nas primeiras posições.
Por outro lado,
Amapá (45,9%), Roraima (48,6%) e Amazonas (48,7%) são os estados com menor
proporção de populações nos grupos de risco.
Para Rezende, a explicação
também passa pelos fatores socioeconômicos.
“Há duas possíveis
explicações para essa diferença. Uma tem relação com a maior expectativa de
vida nos estados do Sul e Sudeste, onde o nível socioeconômico da população é
maior e, portanto, há mais idosos. A outra seria o menor acesso ao diagnóstico
médico no Norte e Nordeste, que poderia ter enviesado os dados sobre a
prevalência de doenças como diabetes e hipertensão, que, muitas vezes, são
assintomáticas no início”, diz.
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