Agronegócio freia impacto nos pequenos negócios do Oeste de SC

22/04/2020 - 16h36

A cadeia produtiva de proteína animal (aves, suínos e leite) na região oeste catarinense assegurou a manutenção dos empregos e as atividades das empresas. Esses reflexos foram apontados pela segunda edição da pesquisa do Sebrae/SC sobre o impacto da pandemia do novo Coronavírus na economia do Estado.

“Os dados da região oeste mostram um cenário de menor impacto nas empresas, ou seja, 2,6 demissões para cada dez vagas de emprego. Desta maneira, observa-se que o número de demissões foi freado pelo agronegócio, que manteve as atividades em funcionamento”, analisa o diretor técnico do Sebrae/SC, Luc Pinheiro.

No oeste, 26% dos empresários afirmaram terem demitido ao menos um funcionário no último mês, menor taxa no comparativo das demais regiões do Estado (média catarinense de 34%). Na primeira edição da pesquisa eram 17%. Os números representam 64.813 pessoas sem emprego na região.

O aspecto favorável da região é que 73,07% das empresas permaneceram com o mesmo número de empregados depois da quarentena, sendo que esse é o maior indicador do Estado no comparativo das demais regiões (65,94% do vale do Itajaí; 65,48% da serra; 64,28% do norte; 61,14% grande Florianópolis; 57,36% da foz do Itajaí e 54,68% do sul). A região também apresenta o menor índice de redução de trabalhadores (26,03%) e registra aumento de 0,89% de novos postos de trabalho após o período de distanciamento social parcial em Santa Catarina.

Conforme o levantamento, na região oeste, 35,52% dos empresários afirmaram terem mantido a atividade com redução da produção; 24,41% em atividade com mudança no funcionamento (teletrabalho, tele entrega, etc); 21,90% em atividade sem mudanças no funcionamento (maior índice no comparativo das demais regionais do Estado); 16,06% foram fechadas temporariamente e aguardam liberação; 1,22% não informou e 0,89% fechou as portas definitivamente.

Em relação ao faturamento, 89,29% dos entrevistados da região afirmaram queda de 57,08% no faturamento, totalizando R$ 1,5 bilhão a menos. No comparativo com as demais regiões do Estado, o oeste possui o menor percentual, seguido do norte (90,95%), serra (91,67%) e sul (91,89%). Na análise das empresas que tiveram aumento do faturamento, o oeste também desponta na pesquisa com 2,51%, seguido da região do norte (1,29%) e foz do Itajaí (1,28%).

“Mesmo tendo os melhores indicadores, a perda de mais de R$ 1,5 bilhão no faturamento das empresas mostra que o oeste teve o mesmo impacto do que as demais regiões como foz do Itajaí, grande Florianópolis e norte, em função da redução das vendas internas dos pequenos negócios. Ou seja, não é porque demitiu menos ou teve o menor número de empresas fechadas que a paralisia da economia catarinense deixou de afetar na geração de riquezas. Além disso, outro fator que requer análise é de que o faturamento foi elevado impulsionado pelas exportações”, explica Pinheiro.

Os segmentos mais impactados na região oeste foram de alimentação fora do lar (bares e restaurantes) e bebidas, sendo que 60% das empresas reduziram o quadro de funcionários e a perda de faturamento atinge praticamente 100% no período. Outras atividades econômicas que apresentam enorme impacto da crise são de beleza, madeiras e móveis com 93% de queda.

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