Foto: TÂNIA RÊGO/AGÊNCIA BRASIL
Se depender da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), o telemarketing abusivo, principalmente o que usa robôs para fazer as ligações, está com os dias contados — ou, pelo menos, deve diminuir bastante nos próximos seis meses. Nesta terça-feira (18), o conselho da entidade anunciou novas medidas para combater as práticas que causam incômodo para o consumidor. Elas estão em medida cautelar que começa a valer em 3 de novembro e tem vigência até 30 de abril de 2023.
A primeira medida visa a diminuir o número de ligações curtas, as que têm menos de três minutos de duração. Estabelece que, do total de chamadas realizadas por empresas que fazem mais de 100 mil ligações de um só número, em um único dia, as ligações curtas não podem corresponder a mais de 85%. É a chamada medida de eficiência.
Em decisão
anterior, anunciada no início de junho, a agência já havia apresentado meios de
fiscalizar e punir empresas com comportamento abusivo.
Desde o início de
junho, houve uma redução de 45% no volume total de chamadas inconvenientes,
conta Cristiana Camarate, superintendente de relações com consumidores do órgão
regulador. "Esse número mostra o sucesso que tivemos com a primeira
cautelar, quando as ligações de três segundo ou menos, que eram gratuitas,
começaram a ser cobradas", diz.
Ela afirma que, do
início da vigência da medida, em 6 de junho, até o dia 8 de outubro, 16,3
bilhões de chamadas curtas deixaram de ser realizadas no país.
Agora, a diferença
é que serão considerados os resultados de todos os CNPJs ligados a uma mesma
empresa. A companhia que não se adequar à eficiência inferior a 85% por dia é
notificada pela operadora e, depois, bloqueada por 15 dias corridos. Para
evitar essa punição, ela pode estabelecer um compromisso de melhores práticas
com a Anatel, assumindo a responsabilidade de não mais ultrapassar os
critérios.
A segunda medida,
também anunciada nesta terça, é a obrigatoriedade da criação de um portal onde
o consumidor possa pesquisar, pelo número do telefone, informações da empresa
que o incomoda com frequência. Essa iniciativa é chamada pela Anatel de Medida
de Transparência.
Sobre a criação do
portal, a Anatel explica que será responsabilidade conjunta das operadoras de
telefonia, que também vão disponibilizar os dados das empresas com ação
irregular. "Deve ser um site nos moldes do Não Perturbe, com informações
que o consumidor possa consultar", diz Emmanoel Campelo, conselheiro da
agência. Além disso, a própria Anatel também vai publicar o rol das companhias
que mais perturbam.
Entre elas, costuma estar um grupo de 26 prestadoras, que atendem especialmente empresas de call center e de telemarketing, responsáveis por gerar suas chamadas. "Elas têm o dever de comunicar os abusos à Anatel, e fazer o bloqueio quando for determinado", afirma Hermano Barros Tercius, superintendente de fiscalização da agência.
>>>PARTICIPE DO GRUPO DE NOTÍCIAS NO WHATSAPP.
DEIXE UM COMENTÁRIO
Facebook