As autoridades de
saúde americanas decidiram, na sexta-feira (23), autorizar novamente o uso
da vacina da Johnson & Johnson no país, contra a Covid-19. O imunizante, o
único do mercado administrado em apenas uma dose, foi suspenso em 13 de abril após
relatos de raros casos de coágulos sanguíneos.
O anúncio foi feito
em um comunicado divulgado pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças
(CDC) e a Agência Americana de Medicamentos (FDA). “O uso da vacina contra a
Covid-19 da Janssen deve ser retomado nos Estados Unidos”, diz o texto. A
constatação é que os benefícios da vacina superam seus riscos.
A suspensão do uso
do imunizante, desenvolvido pelo laboratório americano, ocorreu até que
fossem investigados casos de mulheres que desenvolveram coágulos
sanguíneos, associados a baixos níveis de plaquetas, após a injeção. “A FDA e
os CDC estão confiantes de que esta vacina é segura e eficaz na prevenção
da Covid-19”, disseram as duas agências.
“No momento, os
dados disponíveis sugerem que o risco de coágulos sanguíneos” é muito baixo,
mas a FDA e os CDC permanecerão vigilantes e continuarão a investigar esse
risco”, diz o texto.
De acordo com dados
divulgados nesta sexta-feira, das 3,9 milhões de mulheres que receberam a
vacina da Johnson & Johnson, 15 desenvolveram coágulos sanguíneos graves e
três morreram. 13 dos 15 casos confirmados ocorreram em mulheres com
menos de 50 anos. Não houve registros entre homens.
Tecnologia é a
mesma da AstraZeneca
A Agência Europeia
de Medicamentos afirmou na terça-feira (20) que os coágulos
sanguíneos deveriam ser listados como um efeito colateral “muito raro” da
vacina contra o coronavírus da Johnson & Johnson. O imunizante foi
autorizado na União Europeia e começará a ser aplicado em países como a França,
em pacientes a partir de 55 anos.
A tecnologia, de
vetor viral é a mesma usada pela vacina da Oxford/AstraZeneca, que não foi
aprovada nos Estados Unidos. Ela se baseia no uso de outro vírus como suporte,
modificado para transportar no organismo informações genéticas capazes de
combater o SARS-Cov-2. As duas utilizam um adenovírus, um tipo de vírus muito
comum, que causa resfriados. O da AstraZeneca é um adenovírus de chimpanzé e o
da J&J é encontrado em humanos.
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