Foto: Tiarajú Goldschmidt/Câmara de Vereadores
Os vereadores de
São Miguel do Oeste aprovaram o Projeto de Lei 22/2024, de
autoria do Poder Executivo, que dispõe sobre a internação humanizada no âmbito
do Município de São Miguel do Oeste. O projeto regulamenta, no âmbito do
Município, a Lei Federal nº 10.216/2001, que dispõe sobre a proteção e os
direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo
assistencial em saúde mental, e a Lei Federal nº 11.343/2006, que institui o
Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas e institui o tratamento por
meio da internação humanizada de pessoas com dependência química e/ou
transtornos mentais.
O projeto foi
aprovado em primeiro turno na sessão de terça-feira (2) da Câmara de São Miguel
do Oeste, e ainda passará por segunda apreciação antes de ser enviado ao
prefeito para sanção.
O texto prevê que a
internação humanizada possui a finalidade de realizar o atendimento integral e
especializado multidisciplinar, e que oportunize ao paciente o restabelecimento
de sua saúde física e mental, a autoestima e o bem-estar, o reinserindo ao meio
social, familiar e econômico.
Estabelece que a
lei se aplica a todos os cidadãos que estejam em situação de rua e se enquadrem
como pessoas com dependência química crônica, pessoas em vulnerabilidade, e
pessoas incapazes de emitir opiniões ou tomar decisões por consequência de
transtornos mentais pré-existentes ou adquiridos.
O texto prevê que
“considera-se como internação humanizada toda aquela realizada com humanidade e
respeito e no interesse exclusivo de beneficiar sua saúde, com vistas a
alcançar sua recuperação pela inserção na família, no trabalho e na
comunidade”; estabelece que essa internação pode se dar com ou sem o
consentimento da pessoa e, no caso de ser sem o consentimento, é admitida a
pedido de familiar ou do responsável legal, ou de servidor público da área da
Saúde, da Assistência Social ou dos órgãos públicos integrantes do Sistema
Nacional de Política sobre Drogas.
A proposta trata
sobre as regras da internação humanizada, o acolhimento por uma equipe
multidisciplinar, e sobre o tratamento de usuário ou dependente de drogas.
Ainda, prevê a possibilidade de pagamento de um benefício desacolhimento, por
tempo determinado, para os restabelecidos após alta clínica ao convívio social.
“Constata-se no
cenário atual em nosso município, um aumento significativo de pessoas em
situação de vulnerabilidade, particularmente aquelas afetadas pelo uso
excessivo de drogas de qualquer natureza, transtornos mentais – pré-existentes
ou adquiridos – e que se encontram em situação de rua. O intuito é promover a
recuperação integral desses indivíduos e reintegrá-los ao convívio social e
familiar, grande desafio para a manutenção da ordem pública e preservação dos
valores fundamentais”, destaca o prefeito Wilson Trevisan na mensagem anexa ao
projeto.
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