O auxílio emergencial de R$ 600 já injetou quase R$ 20 bilhões diretamente no comércio em compras por pagamento digital. Foram R$ 16,4 bilhões por débito virtual e R$ 3,5 bilhões por QR code, por meio de aplicativo, registrados até a última quinta-feira (13), de acordo com a Caixa Econômica Federal.
Só em um único dia, em 31 de julho, por exemplo, foram gastos R$ 444,3 milhões em compras virtuais, em mais de 3 milhões de estabelecimentos no país.
Os beneficiários têm utilizado o aplicativo Caixa Tem como cartão de débito normal, com o QR code passando nas maquinhas de pagamento ou como cartão virtual em compras via internet.
Mas o impacto do
auxílio emergencial no varejo deve reduzir pela metade as perdas previstas no
início da pandemia de coronavírus.
Segundo estudo da
FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de
São Paulo), as estimativas de perdas para 2020 projetadas no início da quarentena
foram reduzidas de -13,8% para -6,7%.
O levantamento mostra que, dos R$ 210 bilhões previstos para as cinco parcelas do benefício, 79% irão para o varejo, aproximadamente R$ 170 bilhões na compra direta de produtos essenciais, como alimentos e remédios. Supermercados e farmácias são os setores mais beneficiados.
“O auxílio tem uma dimensão extraordinária, praticamente R$ 210 bilhões estimados para cinco parcelas, que representam quase 3% do PIB (Produto Interno Bruto). Injetar 3% do PIB em cinco meses, obviamente você altera as circunstâncias da conjuntura econômica”, avalia Altamiro Carvalho, assessor econômico da FecomercioSP.
Segundo pesquisa
Datafolha divulgada nesta sexta-feira (14), 53% dos beneficiários do auxílio
afirmam ter usado os R$ 600 mensais que recebem de preferência com a
alimentação.
A seguir vêm como
prioridades dos brasileiros pagar contas (25%) e custear despesas domésticas
(16%).
“O auxílio vai cortar pela metade a
queda pontencial que o varejo teria se não houvesse o benefíco. Ele foi
decisivo para diminuir os reflexos dessas medidas de restrição por causa da
pandemia, como o fechamento de lojas, o aumento do desemprego, redução de renda
e o endividamento, que afetam potencialmente toda a cadeia produtiva”, afirma
Carvalho.
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