Com um salto no número de casos nas últimas semanas, o Oeste de Santa Catarina tem concentrado um grande volume de registros de coronavírus, e a participação de frigoríficos na disseminação da doença tem mobilizado setores para amenizar riscos aos trabalhadores da agroindústria.
Cidades com menos de 10 mil habitantes como Ipumirim e Lindóia do Sul possuem índices de contaminação entre os maiores do Estado, e a circulação pode ter começado entre trabalhadores de frigoríficos na região. Na cidade de Paial, que tem apenas 1,7 mil habitantes, dois casos já foram confirmados, entre eles um bebê de quatro meses de idade. O pai da criança trabalha em um frigorífico onde houve confirmação de covid-19.
Segundo o Ministério Público do Trabalho (MPT), que acompanha a situação, as plantas que mais preocupam em Santa Catarina ficam em Ipumirim e Concórdia, mas há investigação em várias indústrias nas regiões Oeste, Meio Oeste, Alto Uruguai Catarinense e no Sul de Santa Catarina.
Ainda conforme o MPT, há casos confirmados de covid-19 em frigoríficos nas cidades de Chapecó, Concórdia e Ipumirim. Em Concórdia, dos 121 casos de covid-19 confirmados até esta quarta-feira (6), 72 eram de trabalhadores do setor segundo a Secretaria de Saúde de Santa Catarina. Já no caso da planta da JBS em Ipumirim, o procurador do MPT Sandro Sardá disse que 44 casos foram confirmados entre os 1,3 mil empregados. Sardá chegou a recomendar que a unidade fique fechada por 14 dias.
Procurada pela
reportagem do Diário Catarinense, a assessoria de imprensa da JBS afirmou que
não tem conhecimento de qualquer recomendação para suspender as atividades, e
que está “adotando medidas para garantir a segurança, saúde e prevenção para
todos os seus colaboradores”. A empresa afastou colaboradores dos grupos de
risco, vacinou todos os funcionários para H1N1 e adotou outras medidas de
isolamento social.
A proposta de parar
a atividade dos frigoríficos foi um dos principais temas debatidos na audiência
pública da Alesc na quarta-feira. O secretário de Estado da Agricultura,
Ricardo de Gouvea, disse que uma interrupção poderia resultar em problemas
sanitários que trariam o risco de fechar mercados para a produção catarinense
do setor.
- A gente percebe
claramente que sim, houve um aumento de transmissão dentro de alguns
frigoríficos, em regiões bem específicas, e por termos identificado isso que já
começamos a atuar junto com os municípios com ações da vigilância estadual e
das vigilâncias municipais. De fato aumentou, esse quantitativo ainda não está
consolidado, mas esses municípios tiveram suas estruturas fortalecidas, e são
justamente nessas regiões que teremos reuniões para discutir outras atitudes.
>>>Clique e receba notícias do JRTV Jornal Regional diariamente em seu WhatsApp.
DEIXE UM COMENTÁRIO
Facebook