Baixo nível do Rio Uruguai suspende geração em hidrelétrica de Águas de Chapecó

26/02/2020 - 17h38

O baixo nível do Rio Uruguai causado pela falta de chuvas levou à suspensão de geração de energia elétrica na Foz do Chapecó e também redução em outras hidrelétricas do Rio Uruguai, como a de Itá. Em Itá, que tem potencia para 1.450 megawatts, com cinco turbinas de 290 megawatts, a geração estava em 202 megawatts na manhã desta terça-feira. Menos de 20% da capacidade, que é suficiente para atender mais de 40% da demanda em Santa Catarina. O reservatório do lago de Itá estava em 58% da capacidade útil, que é o nível onde é possível gerar energia.

A assessoria de imprensa da Foz do Chapecó Energia S.A, que fica no Rio Uruguai, entre Águas de Chapecó e Alpestre-RS, informou desde janeiro a hidrelétrica tem operado com uma das turbinas totalmente parada e as outras três ora operando com pouca geração ou então só compensando, ou seja, funcionando sem gerar energia e sem verter água.

O motivo é que, nos últimos dois dias, por exemplo, o que chegava no lago era apenas 170 metros cúbicos por segundo, que eram liberados no vertedouro para manter o mínimo de água no Rio Uruguai. Isso representa 170 caixas de água de mil litros. Mas o Rio Uruguai normalmente tem uma vazão próxima de 800 metros por segundo. Na enchente de 2014 chegou a 30 mil metros cúbicos por segundo.

Pelo menos desde domingo não passava água pelas turbinas. Na manhã desta terça-feira, com a chuva que está ocorrendo no estado, foi liberado um pouco mais de 300 metros cúbicos por segundo. A hidrelétrica tem potencial de 855 megawatts, o que representa 25% da demanda de Santa Catarina. Mesmo sem essa geração não há risco de faltar energia pois ela é compensada com energia gerada em outras regiões do país.

A liberação de mais água nas turbinas, que também já havia sido solicitada pela Foz do Chapecó para o Operador Nacional do Sistema, vai ajudar a passagem das balsas que existem no rio Uruguai, ligando Santa Catarina com o Rio Grande do Sul. Em Itapiranga a travessia até Barra do Guarita-RS não chegou a ser suspensa, mas precisa de mais cuidado para não bater nas pedras.

Um dos moradores da região, Clóvis Leandro de Moraes, disse que o rio está muito baixo e em alguns pontos é possível fazer a travessia do rio a pé. De acordo com os Bombeiros, a medição na régua que é utilizada para alertar sobre enchentes, quando o rio sobe mais de 10 metros, estava em 36 centímetros na manhã desta terça-feira. O normal é mais de um metro até 1,80 metro. Claro que isso é num ponto específico e que há outros pontos mais profundos. Mas é o menor volume de água deste verão, segundo os Bombeiros. A expectativa é que a chuva de hoje possa amenizar a situação.

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