O presidente do BC
(Banco Central), Roberto Campos Neto, afirmou nesta sexta-feira (4) que a
instituição deverá autorizar o funcionamento do recurso de pagamentos e transferências pelo Whatsapp.
“Quando o Whatsapp propôs o arranjo, entendemos que era um arranjo grande. Dissemos que como era grande e tinha várias dimensões, pedimos que entrassem no rito de aprovação como ocorre normalmente. E será aprovado”, afirmou o presidente do BC, em entrevista à rede de TV estadunidense Bloomberg.
Segundo Campos Neto, a análise atual envolve a identificação de eventuais problemas que a operação possa trazer em sua implantação no país, tanto no aspecto concorrencial quanto nos direitos dos usuários.
“As duas dimensões que estamos focando é promover competição e proteger os dados dos cidadãos. Queremos competição, queremos que todas as big techs [nome em inglês dado às grandes empresas de tecnologia] entrem no Brasil. Você pode ter um sistema que comece competitivo, mas no fim acabe não tendo esta característica”, alertou ele.
Em seu anúncio, realizado em junho, a empresa declarou que o novo recurso permitiria transferir dinheiro e fazer compras em estabelecimentos por meio do aplicativo de mensagens, com a proteção da plataforma Facebook Pay.
No dia 23 de junho,
o Banco Central suspendeu o início do projeto argumentando que teria de estimar
os riscos. De acordo com o órgão, sem uma avaliação, o serviço poderia trazer
prejuízos ao mercado brasileiro.
Em nota, o Whatsapp
afirmou que está em diálogo com o BC. Quando o recurso for autorizado, os
usuários que desejarem deverão ativar o Facebook Pay no smartphone, informando
o cartão de crédito e débito e definindo uma senha (um PIN). Para enviar o
dinheiro, será preciso clicar em um contato e acionar a ferramenta “anexar”. A
transação será uma das alternativas de anexo.
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O uso do meio de
pagamento foi anunciado no dia 15 de junho. No primeiro momento, a novidade
estaria disponível para clientes do Banco do Brasil, Nubank e Sicredi que têm
cartão de crédito ou débito das bandeiras Visa e Mastercard.
As transações
seriam processadas pela Cielo e não preveem custos para consumidores e pessoas
físicas. Já as empresas terão de arcar com uma taxa por transação recebida. As
pequenas empresas são um dos principais focos do lançamento. Foi então que o
Banco Central travou o lançamento da empreitada.
“Mais de 10 milhões
de micro e pequenas empresas movimentam a economia brasileira, e já é muito
comum mandar um zap a essas empresas para tirar dúvidas sobre produtos e fazer
pedidos. Com o recurso de pagamentos no WhatsApp, além de ver os produtos no
catálogo, os clientes também poderão fazer o pagamento do produto escolhido sem
sair do WhatsApp. Ao simplificar o processo de pagamento, esperamos ajudar a
trazer mais empresas para a economia digital e gerar mais oportunidades de
crescimento”, diz o comunicado do Whatsapp.
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