O BC (Banco
Central) decidiu nesta quarta-feira (6) pela oitava redução consecutiva da taxa
básica de juros da economia brasileira. Por unanimidade, os membros do Copom
(Comitê de Política Monetária) optaram por cortar a Selic novamente em 0,75
ponto percentual, para 2,25% ao ano. Trata-se do menor patamar da história.
A redução dos juros
básicos foi novamente influenciada pelo efeito da pandemia do novo coronavírus e tem o
objetivo de estimular a economia nacional. Isso acontece porque o crédito mais
barato tende a incentivar a produtividade e impulsionar o consumo das famílias.
"A pandemia da
covid-19 continua provocando uma desaceleração pronunciada do crescimento
global. Nesse contexto, apesar da provisão significativa de estímulos fiscal e
monetário pelas principais economias e de alguma moderação na volatilidade dos
ativos financeiros, o ambiente para as economias emergentes segue
desafiador", avaliou o Copom ao anunciar a decisão.
De acordo com os
representantes do BC, a incerteza a respeito da recuperação da economia ao
longo do segundo semestre "permanece acima da usual" com indicadores
recentes, que apontam para uma contração da atividade econômica ainda maior no
segundo trimestre.
O novo corte da
Selic atende às expectativas do mercado financeiro, que apostava justamente em
uma nova baixa de 0,75% nos juros básicos. De acordo com os analistas ouvidos
semanalmente pelo BC, a taxa básica deve permanecer no patamar atual pelo menos
até o final do ano. Para 2021, a aposta é de que a Selic retome o patamar de
3,5% ao ano.
Para as próximas
reuniões, o Copom afirma que é "apropriado avaliar os impactos da pandemia
e do conjunto de medidas de incentivo ao crédito e recomposição de renda"
antes de decidir a respeito de novos cortes de juros. "O Comitê reconhece
que, em vista do cenário básico e do seu balanço de riscos, novas informações
sobre a evolução da pandemia, assim como uma diminuição das incertezas no
âmbito fiscal, serão essenciais para definir seus próximos passos", pontua
o órgão.
Votaram a favor do
corte o presidente do BC, Roberto Oliveira Campos Neto, e os diretores Bruno
Serra Fernandes, Carolina de Assis Barros, Fernanda Feitosa Nechio, João Manoel
Pinho de Mello, Maurício Costa de Moura, Otávio Ribeiro Damaso e Paulo Sérgio
Neves de Souza.
Selic
Conhecida como taxa
básica, a Selic representa os juros mais baixos a serem cobrados na economia e
funciona como forma de piso para as demais taxas cobradas no mercado
financeiro.
Em linhas gerais, a
taxa básica de juros é aquela que os bancos pagam para pegar dinheiro no
mercado e repassá-lo para empresas ou consumidores em forma de empréstimos ou
financiamentos. Por esse motivo, os juros que os bancos cobram dos consumidores
são sempre superiores à Selic.
A taxa básica
também serve como o principal instrumento do BC para manter a inflação sob
controle, próxima da meta estabelecida pelo governo. Isso acontece porque os
juros mais altos encarecem o crédito, reduzem a disposição para consumir e
estimulam novas alternativas de investimento.
Sempre que o Copom
aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida e isso causa reflexos
nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a
poupança. Já quando o Copom reduz os juros básicos, a tendência é que o crédito
fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo.
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