Os preços pagos aos produtores de feijão e soja seguem em
alta neste início de 2021. Por outro lado, questões relacionas ao custo de
produção de aves e suínos e a safra do milho são desafios para os agricultores
neste momento. Essas informações estão detalhadas no Boletim Agropecuário de fevereiro, documento emitido
mensalmente pelo Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa)
com a análise das principais cadeias produtivas do meio agrícola catarinense.
Grãos
Em janeiro, os produtores de feijão-carioca receberam valores
72% mais elevados pela saca de 60 quilos, na comparação com o mesmo mês do ano
passado. Em relação a dezembro, o aumento de preço foi de 17,37%. O Boletim
aponta que cerca de 67% da área plantada na primeira safra já foi colhida e que
a segunda safra foi 38% semeada até a primeira semana de fevereiro, com atrasos
devido ao clima chuvoso em janeiro.
No ano que passou, a alta nos preços pagos aos produtores de soja foi de 44,5%,
batendo recordes nominais e em valores corrigidos, desde 2014, segundo a
Epagri/Cepa. A estimativa atual indica o cultivo de 660,24 mil hectares de soja
no estado na primeira safra e 39 mil hectares no plantio tardio, somando
aproximadamente 700 mil hectares na área total.
A atual safra de milho está marcada pelas adversidades
climáticas e biológicas. O rendimento está comprometido pela estiagem que
atingiu o Oeste do Estado entre setembro e outubro e pelo ataque de cigarrinha
de milho em várias regiões produtoras em janeiro. Os preços pagos ao produtor,
que recuaram em dezembro, retomaram movimento de elevação em janeiro.
Os preços internos do trigo continuam atingindo patamares
recordes em 2021, sustentados pela baixa oferta, dólar elevado e necessidade
das indústrias de repor estoques. Como reflexo, os valores pagos aos produtores
tiveram incremento de 1,36% na comparação com dezembro.
Pecuária
A Embrapa Suínos e Aves calcula uma elevação de 43,2% no
custo de produção de frangos nos últimos 12 meses. Só os custos com nutrição
subiram 38,9% no período.
Os custos de produção também preocupam os produtores de
suíno, que já viram a demanda do mercado interno cair pela crise econômica. De
acordo com a Embrapa Suínos e Aves, o Índice de Custos de Produção de Suínos
(ICPSuíno) teve variação positiva de 46% nos últimos 12 meses, impulsionado
pela elevação dos custos com nutrição (41,3%).
Na comparação com fevereiro de 2020, o preço do boi gordo
subiu 59,5% em Chapecó e 39,8% em Lages. Esse cenário é decorrente da baixa
disponibilidade de animais prontos para abate, dos elevados volumes de
exportação de carne bovina pelo Brasil e do aumento nos custos de produção.
Hortaliças
A colheita da safra catarinense de alho 2021 foi concluída.
No mês de janeiro, o preço médio pago ao produtor para o alho classes 2 e 3 foi
de R$5,96/kg; para o alho classes 4 e 5 o preço médio foi de R$ 7,96/kg e para
o alho classes 6 e 7 o preço médio foi de R$9,96/kg. No início de fevereiro a
procura pelo alho catarinense tem aumentado, puxando o preço ao produtor,
sinalizando alguma melhoria no mercado para o próximo período.
Já a safra catarinense de cebola 2020/21 está na fase final
da colheita. Em janeiro, os preços pagos ao produtor foram relativamente altos,
apontando para a permanência de boas condições do mercado para a
comercialização da safra catarinense e sulista. Em Ituporanga, no início da
segunda quinzena de janeiro, o preço ao produtor girou em torno de R$2,00/kg,
valor 36,05% superior ao mesmo período do mês anterior. Na cidade de Lebon
Regis, os preços ao produtor foram de R$1,71/kg.
>>>PARTICIPE DO GRUPO DE NOTÍCIAS NO WHATSAPP.
DEIXE UM COMENTÁRIO
Facebook