Boletim Agropecuário de fevereiro revela bons preços pagos aos produtores de feijão e soja

23/02/2021 - 11h58

Os preços pagos aos produtores de feijão e soja seguem em alta neste início de 2021. Por outro lado, questões relacionas ao custo de produção de aves e suínos e a safra do milho são desafios para os agricultores neste momento. Essas informações estão detalhadas no Boletim Agropecuário de fevereiro, documento emitido mensalmente pelo Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa) com a análise das principais cadeias produtivas do meio agrícola catarinense.

Grãos

Em janeiro, os produtores de feijão-carioca receberam valores 72% mais elevados pela saca de 60 quilos, na comparação com o mesmo mês do ano passado. Em relação a dezembro, o aumento de preço foi de 17,37%. O Boletim aponta que cerca de 67% da área plantada na primeira safra já foi colhida e que a segunda safra foi 38% semeada até a primeira semana de fevereiro, com atrasos devido ao clima chuvoso em janeiro.

No ano que passou, a alta nos preços pagos aos produtores de soja foi de 44,5%, batendo recordes nominais e em valores corrigidos, desde 2014, segundo a Epagri/Cepa. A estimativa atual indica o cultivo de 660,24 mil hectares de soja no estado na primeira safra e 39 mil hectares no plantio tardio, somando aproximadamente 700 mil hectares na área total.

A atual safra de milho está marcada pelas adversidades climáticas e biológicas. O rendimento está comprometido pela estiagem que atingiu o Oeste do Estado entre setembro e outubro e pelo ataque de cigarrinha de milho em várias regiões produtoras em janeiro. Os preços pagos ao produtor, que recuaram em dezembro, retomaram movimento de elevação em janeiro.

Os preços internos do trigo continuam atingindo patamares recordes em 2021, sustentados pela baixa oferta, dólar elevado e necessidade das indústrias de repor estoques. Como reflexo, os valores pagos aos produtores tiveram incremento de 1,36% na comparação com dezembro.

Pecuária

A Embrapa Suínos e Aves calcula uma elevação de 43,2% no custo de produção de frangos nos últimos 12 meses. Só os custos com nutrição subiram 38,9% no período.

Os custos de produção também preocupam os produtores de suíno, que já viram a demanda do mercado interno cair pela crise econômica. De acordo com a Embrapa Suínos e Aves, o Índice de Custos de Produção de Suínos (ICPSuíno) teve variação positiva de 46% nos últimos 12 meses, impulsionado pela elevação dos custos com nutrição (41,3%).

Na comparação com fevereiro de 2020, o preço do boi gordo subiu 59,5% em Chapecó e 39,8% em Lages. Esse cenário é decorrente da baixa disponibilidade de animais prontos para abate, dos elevados volumes de exportação de carne bovina pelo Brasil e do aumento nos custos de produção.

Hortaliças

A colheita da safra catarinense de alho 2021 foi concluída. No mês de janeiro, o preço médio pago ao produtor para o alho classes 2 e 3 foi de R$5,96/kg; para o alho classes 4 e 5 o preço médio foi de R$ 7,96/kg e para o alho classes 6 e 7 o preço médio foi de R$9,96/kg. No início de fevereiro a procura pelo alho catarinense tem aumentado, puxando o preço ao produtor, sinalizando alguma melhoria no mercado para o próximo período.

Já a safra catarinense de cebola 2020/21 está na fase final da colheita. Em janeiro, os preços pagos ao produtor foram relativamente altos, apontando para a permanência de boas condições do mercado para a comercialização da safra catarinense e sulista. Em Ituporanga, no início da segunda quinzena de janeiro, o preço ao produtor girou em torno de R$2,00/kg, valor 36,05% superior ao mesmo período do mês anterior. Na cidade de Lebon Regis, os preços ao produtor foram de R$1,71/kg.

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  • Jornal Regional



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