Para tornar o ensino profissional e tecnológico cada vez
mais eficaz em todo o País, o Ministério da Educação passa a analisar entregas e
resultados obtidos pelas instituições parceiras ofertantes dos cursos. O MEC
vai levar em conta critérios e indicadores estabelecidos em uma portaria
publicada nesta semana. O documento institui plano para o monitoramento e a
avaliação desses cursos, como explica o secretário de Educação Profissional e
Tecnológica do MEC, Ariosto Culau.
“Estamos falando de aproximadamente 20 mil matrículas, a partir de 2020,
que passaram por esse processo de monitoramento e avaliação em que prevemos um
procedimento que envolve entrevistas semestrais e um ciclo de avaliação anual
dos resultados dessa oferta”, pontua.
“Podem ser parceiros estaduais e federais, como universidades, institutos
federais e escolas técnicas vinculadas a universidades. Só precisamos deixar
claro que se trata de um modelo inicial de monitoramento e avaliação que
somente está sendo aplicado ao mecanismo do Bolsa Formação, que são formações
profissionais e técnicas fomentadas com recursos federais”, acrescenta.
Culau destaca, ainda, que a portaria corrige deficiências de execução
ocorridas no Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), que tem como finalidade
ampliar a ofertar cursos de Educação Profissional e Tecnológica. Com as novas
determinações, segundo o secretário, haverá um aprimoramento nas avaliações de
fomento, atendendo as recomendações dos órgãos de controle.
“O programa tinha identificado, por exemplo, uma deficiência no sentido de
que essas formações estivessem associadas ao setor produtivo. O que fizemos no
ano passado para atender essa recomendação dos órgãos de controle foi, junto
aos estados, na medida em que fizessem suas repactuações, oferecessem mapas que
relacionassem a oferta desses cursos às demandas do setor produtivo”, ressalta.
Ao seguir o que determina a portaria, sobretudo em relação ao período
entre 2020 e 2022, o Ministério da Educação vai analisar alguns indicadores
considerados para o monitoramento. Além disso, será levado em conta visitas in
loco, definidas por amostragem. Nesta fase, o secretário afirma que
haverá entrevista com estudantes, professores e outros atores envolvidos no
processo, com o objetivo de levantar informações que auxiliem a fase avaliativa
do plano.
Entre os indicadores avaliados estão a frequência dos alunos, a retenção,
evasão e nível de conclusão dos cursos, o custo por aluno, além da avaliação da
capacidade institucional, ou seja, se a instituição consegue executar
adequadamente o que foi programado e se há prestação de conta de maneira correta
com relação aos recursos recebidos por meio do Ministério da Educação para a
execução gratuita dessa oferta.
Medidas como essa, segundo o especialista em Educação, Afonso Celso
Galvão, ajudam a colocar o Brasil em nível de competição econômica com outros países
mais desenvolvidos.
“As medidas são importantes porque servem para mostrar como está a
educação tecnológica. Essa categoria tem sido cada vez mais importante nos
novos cenários de sociedade do conhecimento da economia mundial. Então, para
que o Brasil tenha uma inserção realmente efetiva, ele tem que ter uma educação
tecnológica de qualidade”, opina.
Em relação a avaliação, o intuito é que haja um foco na eficácia da
política de fomento conduzida pelo MEC. Nesse aspecto, serão observados, entre
outros pontos, a qualidade dos cursos, a execução do programa do ponto de vista
operacional e o alinhamento da oferta com a demanda de qualificação
profissional.
Formação
Profissional a distância
De janeiro até o fim de junho de 2020, foram criadas quase 170 mil novas
vagas de formação profissional em cursos à distância. Todos foram fomentados
pelo Programa Novos Caminhos, do Ministério da Educação. Com isso, o número é
mais de 514% superior ao total de vagas com a mesma característica, criadas
durante todo o ano de 2019.
Além disso, de acordo com a Pasta, foram criadas vagas a partir de
contratos com instituições públicas estaduais e municipais. A partir do
Programa Novos Caminhos, foi possível destinar recursos de exercícios
anteriores para a oferta das novas vagas. Ao todo, foram disponibilizados
aproximadamente R$ 20 milhões, que viabilizaram 27,5 mil vagas.
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