O presidente Jair
Bolsonaro incluiu os Correios no Programa Nacional de Desestatização (PND). O
decreto foi publicado hoje (14) no Diário Oficial da União.
A inclusão da
estatal no programa de privatização do governo foi recomendada
pelo Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (CPPI), em
reunião no mês passado, faltando apenas a aprovação presidencial para o
andamento dos processos. Na semana passada, Bolsonaro já havia aprovado a
inclusão da Empresa Brasil e Comunicação (EBC) e da Eletrobras no
PND, que também foram objetos de recomendação do CPPI.
Sobre os Correios,
a equipe do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) concluiu os primeiros
estudos que analisaram modelos de desestatização do mercado postal em outros
países e recomendou a empresa para o PND, onde será iniciada a segunda fase dos
estudos. O conselho optou pela venda total da empresa, em vez do fatiamento,
que poderá ser a venda majoritária (em que o Estado continua como acionista
minoritário) ou venda de 100% das ações.
A segunda fase dos
estudos será implementada ao longo deste ano pelo Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e detalhará o modelo a ser adotado
para a desestatização do setor postal. O governo não apresentou cronograma, mas
estão previstos debates com a sociedade, com investidores e com empregados e a
aprovação pelo Tribunal de Contas da União (TCU) sobre os aspectos da modelagem
e os documentos jurídicos.
A venda dos
Correios depende da aprovação, pelo Congresso Nacional, do projeto de lei (PL)
que quebra do monopólio estatal e regulamenta a abertura do mercado postal à
iniciativa privada. O texto foi apresentado em fevereiro pelo governo
federal.
Chamado de Marco
Regulatório para o setor postal, o texto também define a obrigatoriedade do
cumprimento de metas de universalização e qualidade dos serviços e estabelece a
criação da Agência Nacional de Comunicações, em substituição à atual Agência
Nacional de Telecomunicações (Anatel), que passará também a regular os serviços
postais.
A privatização
dos Correios vem sendo discutida há anos no âmbito do governo federal e é
motivo de protestos de funcionários da estatal.
De acordo com o
governo, o desenvolvimento adequado dos serviços postais brasileiros demanda um
patamar de investimentos que o setor público não consegue prover. “Além disso,
a União deve concentrar os seus esforços nas atividades em que a presença do
Estado seja fundamental para a consecução das prioridades nacionais”, explicou
em nota.
Unidades de conservação
Também foi
publicado hoje o Diário Oficial da União o decreto
presidencial que qualifica nove unidades de conservação no âmbito PPI e as
inclui no PND. Nesse caso, será transferida para a iniciativa privada a
prestação dos serviços públicos de apoio à visitação, com previsão do custeio
de ações de apoio à conservação, à proteção e à gestão dos parques.
A Secretaria
Especial do PPI, do Ministério da Economia, destacou que se trata de projeto de
concessão, isto é, os patrimônios continuam sendo da União. “O objetivo é
aprimorar e diversificar os serviços ofertados nas unidades, garantindo o
aproveitamento sustentável das potencialidades econômicas existentes, além de
agregar maior eficiência na gestão e na conservação da biodiversidade, aliada à
geração de emprego e renda para a população local”, informou, em comunicado.
As unidades de
conservação são a Floresta Nacional de Brasília (DF) e os parques nacionais da
Serra dos Órgãos (RJ), da Chapada dos Guimarães (MT), de Ubajara (CE), da Serra
da Bocaina (divisa entre RJ e SP), da Serra da Capivara (PI), da Serra da
Bodoquena (MS), do Jaú (AM) e de Anavilhanas (AM).
A qualificação no
âmbito do PPI serve para confirmar o caráter estratégico dos empreendimentos
para o governo federal. Assim, será dado tratamento prioritário aos projetos de
concessão.
O processo contará,
na sequência, com estudos de avaliação da viabilidade técnica, econômica,
financeira e ambiental, levando em consideração todas as especificidades e
Planos de Manejo das unidades de conservação. Após a conclusão dos estudos, o
projeto será submetido à consulta e audiência pública e passará também por
avaliação prévia do TCU.
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