O presidente Jair Bolsonaro fez críticas ao trabalho da OMS
(Organização Mundial da Saúde) na pandemia e disse que o governo pode deixar a
organização que, de acordo com ele, atua “com viés ideológico”. As informações
são do repórter Pedro Rafael Viela, da Agência Brasil.
No fim de maio, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a saída do país da OMS, congelando repasses que o governo norte-americano faria à entidade.
“E adianto aqui, os Estados Unidos saíram da OMS, e a gente estuda, no futuro, ou a OMS trabalha sem viés ideológico, ou vamos estar fora também. Não precisamos de ninguém de lá de fora para dar palpite na saúde aqui dentro”, disse Bolsonaro a jornalistas na portaria do Palácio da Alvorada, na noite desta sexta-feira (5).
O presidente fez referência à
controvérsia causada pelas pesquisas que a OMS conduzia sobre a
hidroxicloroquina no tratamento do novo coronavírus. “Para que serve essa OMS?
A OMS recomendou há poucos dias não prosseguir mais com os estudos sobre a
hidroxicloroquina, e agora voltou atrás. É só tirar a grana deles que eles
começam pensar de maneira diferente”, disse Bolsonaro.
A OMS retomou esta semana os
estudos com o medicamento, após aplicar uma suspensão dos testes por 10 dias,
depois da revisão de um estudo publicado pela revista médico-científica The
Lancet.
A Organização Mundial da Saúde
é uma agência internacional especializada em saúde, fundada em 7 de abril de
1948 e subordinada à Organização das Nações Unidas (ONU). Sua sede é em
Genebra, na Suíça. A OMS é composta por 194 Estados-Membros e dois membros
associados. No caso do Brasil, para aderir à organização, o país ratificou
internamente um tratado internacional de criação da agência. Uma eventual saída
desse tratado teria que passar pelo Congresso Nacional.
Divulgação de balanço
Durante a entrevista, o
presidente Jair Bolsonaro também comentou a mudança de horário na divulgação do
balanço das infecções e mortes por Covid-19, atualizado diariamente pelo
Ministério da Saúde. Desde a última quarta-feira (3), a pasta só envia os dados
consolidados do dia por volta das 22h. Antes, esse balanço era enviado por
volta das 19h.
“É para pegar os resultados
mais consolidados e tem que divulgar os mortos do dia. Ontem, os mortos eram de
dias anteriores. Se quiser, faz um consolidado para trás, mas tem que mostrar
os mortos do dia”, disse Bolsonaro, sobre a metodologia de divulgação adotada
pelo Ministério da Saúde.
Em comunicado à imprensa, o
ministério informou que os números de casos de Covid-19 e de mortes causadas
pela doença são repassados à pasta pelas secretarias estaduais e municipais de
Saúde.
O ministério acrescenta que
analisa e consolida os dados e que em alguns casos “há necessidade de checagem
junto aos gestores locais”. “Desta forma, o Ministério da Saúde tem buscado
ajustar a divulgação dos dados, que são publicados diariamente na plataforma
covid.saude.gov.br”, destaca o texto.
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