Bolsonaro chegou ao aeroporto de Chapecó por volta das 9h desta quarta-feira (07) — Foto: Fernanda Moro/NSC TV
Chapecó, no Oeste
catarinense, recebeu nesta quarta (07) a visita do presidente da República.
Elogiada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pelo trabalho de combate
ao coronavírus, a cidade, que soma mais de 500 mortos pela doença, estava com
97% dos leitos em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) ocupados até a tarde desta
terça-feira (06), registrou mortes na fila de espera por leito e chegou a
transferir pacientes para o Espírito Santo por falta de vagas.
Com o colapso na saúde e com mais mortos pela doença do que a média nacional, o município de 224 mil habitantes suspendeu as atividades não essenciais por 14 dias no fim de fevereiro. Alguns serviços, como restaurantes e mercados, que puderam ficar abertos, tiveram mudanças no horário de funcionamento e redução da capacidade de clientes. Houve também restrição à circulação de pessoas à noite na cidade. Além disso, igrejas, parques e praças foram fechados e a prefeitura disse que ampliou o número de testes de diagnóstico da Covid. E, para complementar, a vacinação.
Ainda na segunda-feira (5), Bolsonaro falou sobre a viagem cujo objetivo é verificar e mostrar como está o trabalho em Chapecó de combate ao coronavírus. Durante o discurso, ele defendeu o "tratamento precoce" contra o coronavírus, e também a liberdade dos médicos para prescreverem remédios. O presidente atribuiu a melhora da situação na cidade aos esforços dos médicos e elogiou o prefeito João Rodrigues.
"Aquele município [Chapecó], com toda a certeza e em outros mais e em alguns estados também, o médico tem a liberdade total para trabalhar com o paciente, total. E esse é o dever do médico, é uma obrigação e um direito dele. Não tem um remédio específico, ele trata da melhor maneira possível. Por isso, os índices foram lá para baixo", disse.
Nesta terça-feira
(06) Chapecó também zerou a fila de espera por leito de UTI, segundo o governo
do estado. No entanto, especialistas apontam que, na verdade, o que ajudou a
frear a propagação do vírus nas últimas semanas foram as restrições adotadas
pela cidade.
Em 5 de março, a cidade tinha 3,2 mil casos ativos da doença. Na segunda (05), eram 620 pessoas em tratamento, segundo o governo estadual. Essa queda acentuada no número de infectados se deve, segundo avalia o prefeito João Rodrigues, ao tratamento precoce. Conforme detalhou, os pacientes recebem tratamento imediato e quem prescreve os medicamentos são os médicos. E mandou um recado para alguns setores da imprensa: "Deixem de maquiar a verdade".
Apesar da melhora, o momento ainda é de muito cuidado. Autoridades da saúde pregam que as medidas de isolamento e restrições de atividades devem continuar. Para elas, os efeitos práticos das medidas não são imediatos e, por isso, precisam ser mantidas.
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