O acordo automotivo
entre Brasil e Argentina, que será anunciado nesta sexta-feira (6) pelos
ministros Paulo Guedes (Economia) e Dante Sica, ministro argentino da Produção,
prevê que em dez anos haverá livre comércio de carros entre os dois países.
O último acordo entre Brasil e Argentina foi assinado em 2016 e se
encerra em junho do ano que vem. O texto prevê uma regra de comércio pela qual
as exportações de um país para o outro não pode ultrapassar uma vez e meia do
valor que importa do outro. É chamado sistema flex do acordo.
Pelo novo acordo, essa relação irá aumentando até chegar a três vezes.
Ou seja, as exportações de um país podem exceder em até três vezes as
importações. Mas a partir de janeiro de 2029, estabelece-se o livre comércio,
sem qualquer limite para importações e exportações entre os dois países.
Essa regra flex tem beneficiado o Brasil, que tradicionalmente tem
exportado mais do que importado da Argentina. Mas o comércio bilateral de
veículos e autopeças é relevante para ambos os países. Cerca de 50% das
exportações de automóveis do Brasil tem como destino a Argentina. Já em relação
à Argentina, as vendas para o Brasil representam 80% das exportações totais de
veículos.
O acordo a ser assinado hoje tem outro aspecto importante: procura
alinhar as regras de comércio entre os dois países ao que prevê o acordo Mercosul-União Europeia. Caso
esse acordo seja ratificado, prevê imediata redução de 35% para 17,5% da
alíquota de importação de automóveis da Europa, limitada a uma cota anual de 50
mil veículos, dos quais 32 mil são para o Brasil.
A partir do décimo ano, a alíquota cai progressivamente até chegar a
zero no 16° ano. A partir de então, haverá livre comércio de veículos entre os
dois blocos, sem restrição de cotas.
O que se busca então com o acordo desta sexta é prever livre comércio de
automóveis entre Brasil e Argentina, antes que entre em vigor o livre comércio
entre Mercosul e União Europeia.
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