O governo
brasileiro assinou nesta terça-feira (11), o Acordo Automotivo entre Brasil e
Paraguai, em Assunção, capital paraguaia. Pelo acordo, o Brasil concederá livre
comércio imediato para todos os produtos automotivos vindos do país vizinho.
Já o Paraguai
concederá livre comércio imediato para os produtos automotivos brasileiros
taxados com tarifas entre zero e 2%. Além disso, aplicará margens de
preferência tarifária crescentes para os demais produtos automotivos, até a
liberalização total do setor ao final de 2022.
Além disso, o
Ministério da Economia e o Ministério de Relações Exteriores afirmaram que o
acordo tem prazo de vigência indeterminado. Outro ponto limita até que ocorra a
adequação do setor automotivo ao regime geral do Mercosul.
“Em matéria de
regra de origem, o Acordo estabelece Requisitos Específicos de Origem para cada
produto automotivo, em linha com as condições negociadas recentemente no acordo
bilateral com a Argentina e no acordo entre o Mercosul e a União Europeia”,
informaram os ministérios.
“O Acordo prevê,
também, condições de acesso preferenciais, com Índice de Conteúdo Regional
(ICR) reduzido, para uma cota de automóveis e para outra cota de veículos com
motorizações alternativas.”
Conforme os
ministérios brasileiros, as autopeças paraguaias produzidas sob maquila –
regime no qual o Paraguai concede incentivos fiscais para a instalação de
fábricas estrangeiras no país – terão livre acesso ao mercado brasileiro até 31
de dezembro de 2023, “desde que cumpram com as regras de origem do Acordo, com
ICR mínimo de 50%”.
“A partir de 2024,
o acesso de autopeças produzidas sob o regime de maquila ao Brasil ocorrerá com
cotas previstas no Acordo”, registrou a nota. “Foram definidas, ainda,
condições diferenciadas de acesso para autopeças com ICR reduzido, inclusive as
produzidas em regime de maquila, por um período de sete anos, no caso do
Paraguai, e de quatro anos, no caso do Brasil.”
Veículos usados
Devido a isso, o
acordo estabelece ainda que “cada parte continuará a aplicar suas tarifas
nacionais atualmente vigentes na importação de produtos automotivos de
terceiros parceiros comerciais, até que se acorde, no âmbito do Mercosul, a
implementação da Tarifa Externa Comum (TEC) para os produtos do setor”.
Além disso, o
Paraguai se comprometeu a revisar sua política nacional de importação de
veículos usados “nos termos do que vier a ser acordado no âmbito do regime
automotivo do Mercosul. Além disso, também será levado em conta as normas
ambientais, de saúde pública e de segurança”.
Conforme os
ministérios, o comércio de produtos automotivos entre Brasil e Paraguai tem
crescido, “sobretudo em função das exportações brasileiras de automóveis e das
importações brasileiras de autopeças (principalmente de chicotes elétricos)”.
“Em 2019, a
corrente de comércio somou US$ 650 milhões, com exportações no valor de US$ 415
milhões e importações no valor de US$ 235 milhões, o que resultou em superávit
de US$ 180 milhões para o Brasil”, informou a nota.
O Acordo Automotivo
representa o primeiro protocolo adicional ao Acordo de Complementação Econômica
nº 74, também assinado entre os dois países nesta terça-feira (11), em
Assunção.
De acordo com os
ministério da Economia e das Relações Exteriores, o ACE-74 “constitui importante
marco para o aprofundamento da integração entre Brasil e Paraguai, em temas da
agenda econômico-comercial, como facilitação de comércio e cooperação
aduaneira, em complemento aos entendimentos existentes no âmbito do Mercosul”.
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