Foto: DavidRockDesign/Pixabay
O Brasil detém a
trigésima posição no ranking mundial de superdotados, embora seja o
líder na América do Sul. Os Estados Unidos ocupam a primeira colocação, com 52
mil pessoas de QI elevado, seguidos do Reino Unido, com 19 mil, e pela
Alemanha, com 16 mil.
Agora são 2.090 os
membros da Associação Mensa Brasil, entidade que reúne pessoas
superinteligentes ou com altas capacidades intelectuais no país e é a
representante oficial da Mensa Internacional, principal organização de alto
quociente de inteligência (QI) do mundo, reunindo 150 mil membros. A
palavra mensa significa “mesa” em latim. A marca foi criada de forma a demonstrar
a natureza de mesa-redonda da organização, que visa a união de iguais.
De acordo com
mapeamento da Mensa Brasil, São Paulo lidera o total de pessoas identificadas
no Brasil como superdotadas, com 984 superinteligentes. Em seguida, estão Rio
de Janeiro, com 229 pessoas, Distrito Federal, com 135, Paraná, com 134, e Rio
Grande do Sul, com 94. Em contrapartida, Acre, Rondônia e Amapá não têm nenhum
superdotado.
A Mensa Brasil
completou 20 anos no último mês de julho. Ela congrega pessoas com altas capacidades
intelectuais, tendo como único requisito de ingresso possuir QI acima de 98% da
população em geral, comprovado por teste referendado de inteligência. A
entidade tem três objetivos principais, que são identificar e promover a
inteligência humana em benefício da humanidade; estimular pesquisas sobre a
natureza, características e usos da inteligência; e prover um ambiente
intelectual e socialmente estimulante para seus associados.
Testes
O vice-presidente
da Associação Mensa Brasil, Carlos Eduardo Fonseca, disse ontem (10)
à Agência Brasil que a entidade busca identificar os brasileiros com
alto QI com testes periódicos, que foram introduzidos no país pela
própria entidade. Para saber se tem um QI elevado, a pessoa deve procurar um
psicólogo com formação nessa área. Somente profissionais com registro nos
conselhos de psicologia podem aplicar uma bateria de testes que medem o QI e
mensuram a inteligência da pessoa. De acordo com a neuropsicóloga Leninha
Wargas, “quando uma pessoa se submete à testagem de QI e alcança resultado
entre 115 e 129, ela está acima da média. Superdotado, de 130 a 144 pontos e,
gênio, acima de 144 pontos”.
Fonseca informou
que os testes têm valores que podem superar R$ 1 mil. Como a Mensa Brasil
trouxe esses testes para o país, ela conseguiu baratear o custo para R$ 98, que
é o valor dos testes destinados a pessoas com 16 anos ou 17 anos. Os testes são
realizados a cada dois meses. Ao identificar as pessoas superinteligentes, a
entidade busca trazê-las para um ambiente social e intelectual estimulante,
ajudando a ciência nas descobertas.
Na Mensa Brasil,
163 brasileiros de QI muito acima da média foram admitidos pela instituição
antes de completar 18 anos de idade. Segundo o levantamento da associação, a
primeira criança entrou na entidade em setembro de 2006, quando tinha 9 anos.
Já em setembro de 2011, ingressou na associação um membro ainda mais novo, com
7 anos de idade. A partir de maio deste ano até agora, a associação ganhou 79
membros menores de idade. O mais novo tem 4 anos, disse Carlos Eduardo Fonseca.
Do total de
superinteligentes identificados pela entidade no Brasil, 70% têm entre 19 e 36
anos. As pessoas entre 13 e 18 anos correspondem a 10%, mesmo patamar
verificado para a faixa etária entre 37 e 45 anos. Apenas 5% possuem mais de 45
anos de idade. Já o membro mais idoso foi identificado pela Mensa Brasil aos 72
anos de idade. O vice-presidente disse que a Mensa Brasil teve aprovação nos
instrumentos de testes para aplicar no Brasil e descobrir potencialidades em
crianças a partir de 2,5 anos de idade.
Com o intuito de
ampliar a descoberta de pessoas com altas habilidades/superdotação, a entidade
tem realizado periodicamente rodadas de testes em diversas cidades brasileiras.
A última rodada aconteceu no dia 30 de julho, em 13 cidades de nove estados
brasileiros diferentes, de forma simultânea. A próxima rodada está prevista
para o final de setembro.
Motivação
e criatividade
Os superdotados,
além de possuírem um QI elevado, acima da média, devem reunir ainda motivação e
criatividade. Fonseca recomendou que os pais suspeitem que o filho tem super
potencialidades, que se desenvolvem além do esperado para faixa etária da
criança, devem buscar um diagnóstico de QI e um diagnóstico diferenciado de
motivação e criatividade “para que o poder público possa oferecer a ele uma
educação especial. Esse aluno tem turnos normais de aulas na escola e, no
contra turno, tem a sala de recursos, onde ele trabalha suas habilidades”.
Entre elas, destacou música e literatura.
A Mensa Brasil
aceita, atualmente, cinco testes para mensurar o QI, cada um para uma faixa
etária: WAIS III – Escala de Inteligência Wechsler para Adultos; WASI – Escala
de Inteligência Wechsler Abreviada, WISC IV – Escala Wechsler de Inteligência
para Crianças, SON-R – Teste Não-Verbal de Inteligência e RAPM – Matrizes
Progressivas Avançadas de Raven.
Na avaliação de
Rodrigo Lopes Sauaia, presidente da Mensa Brasil, o país é uma potência
intelectual ainda adormecida e subaproveitada. “Temos uma das maiores
populações do planeta. Cerca de 2% dos habitantes do Brasil podem apresentar
sinais de altas habilidades, com um QI muito acima da média. Porém, ainda não
há um mapeamento abrangente destes indivíduos”, apontou.
Carlos Eduardo
Fonseca ressalta que a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 3% a 5% da
população mundial sejam superdotados. Olhando a população brasileira, ele
estimou em torno de 4 milhões de pessoas o total de superdotados. Para
confirmar a estimativa, é preciso, em primeiro lugar, identificar as pessoas
com alto QI para que possam reivindicar a educação especial, “como têm direito
constitucional”, recomendou.
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