A queda das importações em ritmo maior que o recuo das exportações fez a balança comercial encerrar 2020 com superávit maior do que em 2019. No ano passado, o Brasil exportou US$ 50,235 bilhões a mais do que importou, alta de 4,6% em relação ao superávit observado em 2019. Pelo critério da média diária, que divide o saldo total pelo número de dias úteis, o crescimento somou 7,1%.
O superávit cresceu pela primeira vez depois de dois anos seguidos de queda. Em 2017, o indicador bateu recorde, atingindo US$ 66,989 bilhões. Depois disso, o superávit caiu para US$ 58,033 bilhões em 2018 e US$ 48,035 bilhões em 2019.
No ano passado, o
Brasil exportou US$ 206,972 bilhões, com recuo de 5,9% em relação a 2019 pelo
critério da média diária. As importações somaram US$ 156,737 bilhões, com
retração de 9,5% também pela média diária. Como as compras do exterior caíram
mais do que as vendas, o saldo comercial cresceu no acumulado do ano.
Por causa da
pandemia da covid-19, o Brasil passou a exportar menos à medida que o consumo
mundial caiu. Em contrapartida, o país também passou a comprar menos do
exterior por causa da alta de quase 30% do dólar no ano passado.
Dezembro
O superávit da
balança comercial poderia ter sido maior não fosse o desempenho de dezembro. No
mês passado, o Brasil registrou saldo negativo, importando US$ 800,7 milhões a
mais do que exportando.
O recuo das
exportações em dezembro foi puxado pela agropecuária, cujas vendas para o
exterior caíram 19,1% no mês passado em relação ao mesmo mês de 2019. Isso se
deve à antecipação de embarques de diversos produtos, como soja (-91%) e arroz
com casca ou bruto (-99,5%). Como as vendas se concentraram até novembro, os
embarques caíram no mês seguinte.
As exportações da
indústria extrativa encolheram 10,3% em dezembro, puxada por minérios de metais
preciosos (-45,2%) e por óleos brutos de petróleo (-62,8%). Somente as
exportações da indústria de transformação cresceram no mês passado, tendo
subido 5,4% na comparação com dezembro de 2019. As principais altas foram
registradas no açúcar processado, com aumento de 116,64%, no ouro processado
(+61,5%) e nos combustíveis (+25,9%).
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