O Instituto Butantan vai iniciar, em novembro deste ano, uma
série de obras em sua fábrica para ampliação da capacidade de produção de
vacinas. A expectativa do governo paulista é que as obras estejam prontas a
partir de setembro de 2021.
O local ficará inicialmente voltado para a produção da vacina contra o novo coronavírus, fruto de uma parceria entre o Butantan e a farmacêutica chinesa Sinovac.
Mas, futuramente, poderá fabricar outros tipos de imunizantes. Com a ampliação, o Butantan poderá produzir mais de 100 milhões de doses da CoronaVac por ano a partir de 2022.
O investimento necessário para a construção, ampliação e modernização da nova fábrica do Butantan é de cerca de R$ 160 milhões, mas o governo paulista diz já ter arrecadado R$ 97 milhões em doações de empresas privadas [sem contrapartida] o que, segundo o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), já permite a contratação do projeto executivo e início da obra.
“Fisicamente, a fábrica já existe, ela será adaptada, ampliada, modernizada e equipada”, disse Doria.
Testes
A CoronaVac já está na fase 3 de testes em humanos. Ao todo, os testes com a CoronaVac – que tiveram início no Brasil em julho – serão realizados em 9 mil voluntários em centros de pesquisas de seis unidades da Federação: São Paulo, Distrito Federal, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná.
Caso a última etapa de testes comprove a eficácia da vacina, o acordo entre a Sinovac e o Butantan prevê a transferência de tecnologia para produção do imunizante no Brasil. A CoronaVac prevê a administração de duas doses por pessoa.
Segundo o governo
paulista, caso os testes comprovem sua eficácia, a CoronaVac já poderia estar disponível para
vacinação de brasileiros a partir de dezembro deste ano.
“Nós, aqui no
Brasil, provavelmente, seremos um dos primeiros do mundo a ter uma vacina
disponível para vacinação em massa”, adianta o
diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas.
“O processo de transferência tecnológica [com a Sinovac] já
começou. Todos os sistemas de qualidade já estão sendo desenvolvidos e
preparados para receber o primeiro lote de matéria-prima em outubro. No mesmo
mês, vamos começar a formular as primeiras doses dessa vacina no Instituto
Butantan e, até o final de dezembro, já esperamos ter disponíveis para entrega
ao Ministério da Saúde cerca de 46 milhões de doses”, completa o diretor.
Apoio do Ministério da Saúde
Até março de 2021, o
Butantan espera ter disponível mais 15 milhões de doses da vacina.
“Há 61 milhões de
doses da vacina já asseguradas [com a Sinovac]. Mas estamos trabalhando, junto
ao Ministério da Saúde, para que, no primeiro trimestre do ano que vem,
possamos ter 100 milhões de doses”, disse o governador João Doria.
“Se tivermos o apoio
do Ministério da Saúde, o Butantan fará a aquisição de 100 milhões de doses,
além de prosseguir no seu programa de captação de recursos do setor privado e
do ministério para que sua fábrica seja rapidamente implantada e possa produzir
a vacina para o combate da pandemia hoje e sempre”, acrescentou.
Caso seja aprovada em testes e receba
aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), a CoronaVac
ficará disponível para imunização pelo SUS (Sistema Único de Saúde), ressaltou
Doria.
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