O governador de São
Paulo, João Doria, anunciou nesta quarta-feira (22) que o Instituto Butantan
vai abrir um canal de doações para arrecadar até R$ 130 milhões.
O objetivo é
ampliar a fabrica de vacinas que produzirá a Coronavac —
potencial imunizante contra o coronavírus que
está sendo desenvolvido em parceria com a empresa chinesa Sinovac Biotech.
"Hoje,
iniciamos um programa de solicitação de doações ao Instituto Butantan para que
ele possa arrecadar R$ 130 milhões e rapidamente investir em equipamentos,
tecnologia, para ampliar sua capacidade de produção, que hoje já é de 120
milhões de unidades da Coronavac."
Segundo Doria, a
ampliação da capacidade do Butantan permitirá a fabricação de 240 milhões de
doses "para podermos atender à totalidade dos brasileiros".
Ontem, os primeiros
dos 9.000 voluntários que integram a terceira fase de testes clínicos da
vacina receberam a primeira dose.
A segunda dose será aplicada daqui a duas semanas.
Essa fase da
pesquisa deve embasar, a depender dos resultados, o pedido de autorização
emergencial da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para o uso da
vacina no Brasil.
Doria acrescentou
que se outras vacinas estiverem disponíveis, o Butantan terá condições de
exportar a Coronavac para países da América Latina.
"Havendo uma
segunda vacina,ou uma terceira, o que será bem-vindo, não há nenhum problema, o
Butantan estará exportando a Coronavac para países vizinhos do continente
latino-americano, para ajudar povos vizinhos e irmãos que fazem fronteira ou
não com o Brasil."
Os estudos da
Sinovac para desenvolver uma vacina contra o coronavírus começaram em 2003,
após a China sofrer uma epidemia de SARS, vírus muito semelhante ao que causa a
covid-19.
Quando a pandemia
atual surgiu, a empresa adaptou a pesquisa de uma vacina para o novo vírus. As
fases 1 e 2 dos testes clínicos foram feitas na China.
A opção do Brasil
como local para realização da terceira etapa — uma espécie de reta final antes
da aprovação por órgãos reguladores — ocorreu por meio de uma parceria com o
Instituto Butantan.
Por ter circulação
intensa do vírus, o que não ocorre mais em muitos países da Ásia e Europa, o
Brasil é considerado por especialistas como um local adequado para se ter
respostas rápidas da eficácia de uma vacina.
A Organização
Mundial da Saúde considera a vacina da Sinovac Biotech uma das dez mais
avançadas do mundo, juntamente com a produzida no Reino Unido pela Universidade
de Oxford com o laboratório AstraZeneca, e a da Moderna, nos Estados Unidos.
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