Butantan planeja produzir 240 milhões de doses da vacina contra coronavírus

22/07/2020 - 14h30

O governador de São Paulo, João Doria, anunciou nesta quarta-feira (22) que o Instituto Butantan vai abrir um canal de doações para arrecadar até R$ 130 milhões.

O objetivo é ampliar a fabrica de vacinas que produzirá a Coronavac — potencial imunizante contra o coronavírus que está sendo desenvolvido em parceria com a empresa chinesa Sinovac Biotech.

"Hoje, iniciamos um programa de solicitação de doações ao Instituto Butantan para que ele possa arrecadar R$ 130 milhões e rapidamente investir em equipamentos, tecnologia, para ampliar sua capacidade de produção, que hoje já é de 120 milhões de unidades da Coronavac."

Segundo Doria, a ampliação da capacidade do Butantan permitirá a fabricação de 240 milhões de doses "para podermos atender à totalidade dos brasileiros".

Ontem, os primeiros dos 9.000 voluntários que integram a terceira fase de testes clínicos da vacina receberam a primeira dose. A segunda dose será aplicada daqui a duas semanas.

Essa fase da pesquisa deve embasar, a depender dos resultados, o pedido de autorização emergencial da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para o uso da vacina no Brasil.

Doria acrescentou que se outras vacinas estiverem disponíveis, o Butantan terá condições de exportar a Coronavac para países da América Latina.

"Havendo uma segunda vacina,ou uma terceira, o que será bem-vindo, não há nenhum problema, o Butantan estará exportando a Coronavac para países vizinhos do continente latino-americano, para ajudar povos vizinhos e irmãos que fazem fronteira ou não com o Brasil."

Os estudos da Sinovac para desenvolver uma vacina contra o coronavírus começaram em 2003, após a China sofrer uma epidemia de SARS, vírus muito semelhante ao que causa a covid-19.

Quando a pandemia atual surgiu, a empresa adaptou a pesquisa de uma vacina para o novo vírus. As fases 1 e 2 dos testes clínicos foram feitas na China.

A opção do Brasil como local para realização da terceira etapa — uma espécie de reta final antes da aprovação por órgãos reguladores — ocorreu por meio de uma parceria com o Instituto Butantan.

Por ter circulação intensa do vírus, o que não ocorre mais em muitos países da Ásia e Europa, o Brasil é considerado por especialistas como um local adequado para se ter respostas rápidas da eficácia de uma vacina.

A Organização Mundial da Saúde considera a vacina da Sinovac Biotech uma das dez mais avançadas do mundo, juntamente com a produzida no Reino Unido pela Universidade de Oxford com o laboratório AstraZeneca, e a da Moderna, nos Estados Unidos.

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