O Instituto Butantan deve comunicar na próxima segunda-feira
(18) que todos os acordos com cidades estão cancelados. O presidente do
instituto, Dimas Covas, explicou que todas as doses da vacina serão entregues
ao Ministério da Saúde, assim que a Anvisa aprovar o uso emergencial ou o
registro da vacina. O órgão discute no próximo domingo (17) o pedido para que 6
milhões de doses da vacina tenham a autorização de uso para grupos específicos
no país.
Covas explicou à CNN que,
assim que o acordo for fechado, o Ministério da Saúde, por meio do Programa
Nacional de Imunizações (PNI), que assume a distribuição da vacina. "O
critério é populacional. Todos os estados vão receber da mesma maneira. O
acordo com os municípios era para o caso de o Ministério se recusar a comprar a
vacina, mas como firmamos a parceria isso não vai acontecer", disse ele.
Com a eficácia anunciada em 78% para casos mais leves e 100% para casos
graves, a Coronavac teve 184 municípios interessados, que procuraram
diretamente a direção do Instituto Butantan para pedir a vacina. São municípios
de fora do estado de São Paulo que escolheram contar com um ‘plano B’, caso o
plano de vacinação do Ministério da Saúde não avançasse. O levantamento foi
feito pela Secretaria de Desenvolvimento Regional do Governo de São Paulo junto
ao Butantan. Os dados foram confirmados pelo secretário Marco Vinholi.
A maior da lista é a capital fluminense. O próprio prefeito eleito do Rio
de Janeiro, Eduardo Paes, firmou um acordo de cooperação com o órgão ligado ao
governo de São Paulo para ter acesso à vacina, mesmo acreditando em um
calendário nacional.
São ao todo 26 cidades do Rio de Janeiro. A prefeitura de Maricá, que tem
pouco mais de 160 mil habitantes, pediu 440 mil doses ao Butantan e queria
manter o acordo, mesmo depois da investida do Ministério sobre a vacina. Já a
prefeitura de Niterói decidiu comprar 1,1 milhão de doses da vacina coronavac
por R$ 57 milhões, pagando 10 dólares por dose. Cerca de 300 mil chegariam no
fim de janeiro para vacinar profissionais da saúde e idosos, o que não vai mais
acontecer.
Outras grandes capitais como Curitiba e Belo Horizonte também pleiteiam o
uso da coronavac e assinaram compromisso de compra da vacina. O prefeito da
capital paranaense, Rafael Greca, tinha fechado o acordo no início de dezembro
para imunizar profissionais da saúde da cidade. Esse também era o foco da
vacinação prevista pelo prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil.
A diretoria do Butantan recebeu ainda o pedido de 10 associações de
municípios de diversos estados. Nas contas do setor técnico do órgão paulista,
se somadas todas as cidades que integram esses coletivos, seriam mais de 1000
municípios de olho na vacina chinesa.
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