O plenário da
Câmara aprovou na madrugada desta sexta-feira (12), por 445 votos a 15, um
destaque (alteração) ao texto da reforma da Previdência que reduz, de 20 para
15 anos, na proposta, o tempo mínimo de contribuição exigido para homens do
regime geral (setor privado) poderem se aposentar.
Além dessa alteração, outras duas foram aprovadas na sessão, que começou
na tarde de quinta-feira: uma altera as exigências para aposentadoria de mulheres e a fórmula
de cálculo de pensões por morte para homens e mulheres; e
outra, flexibiliza regras para integrantes de carreiras policiais.
Após a aprovação dos 3 destaques, o presidente Rodrigo Maia encerrou a sessão. Uma
nova foi convocada para a manhã desta sexta-feira (12).
O texto-base da reforma, aprovado em primeiro turno pela Câmara nesta
quarta-feira (10), previa tempo mínimo de contribuição de 20 anos para homens.
Segundo o texto-base, o tempo mínimo para homens aumentaria gradualmente –
partindo de 15 anos – e chegaria a 20 anos em 2029.
Com a aprovação do destaque, apresentado pelo PSB, o tempo mínimo de
contribuição para os homens será de 15 anos, mesmo tempo mínimo de contribuição
previsto para as mulheres.
Na proposta original, o tempo mínimo para mulheres também chegaria a 20
anos. No entanto, o relator, Samuel Moreira (PSDB-SP) reduziu para 15, quando o tema
ainda estava em análise pela comissão especial.
O destaque aprovado não modifica as idades mínimas para homens e
mulheres poderem se aposentar, que são de 65 anos para eles e 62 anos para
elas.
Acordo
Para a aprovação do destaque que reduziu para 15 anos o tempo mínimo de
contribuição para homens, foi necessário um acordo entre parlamentares
pró-reforma, governistas e oposição.
O acordo foi costurado em uma reunião na tarde desta quinta-feira (11),
no gabinete de Rodrigo Maia (DEM-RJ). Parlamentares da oposição saíram da
audiência dizendo que tinham conseguido “sensibilizar” os adversários.
Da tribuna, o deputado Alessandro Molon (PSB-RJ) comemorou a realização
do entendimento.
“Nós cumprimos o nosso dever de ser uma oposição qualificada, que
participa do debate, que apresenta alternativas, que dialoga, que mostra dados,
que estuda e não como foi dito hoje aqui mais cedo por um outro deputado: uma
oposição que só quer atrapalhar”, disse Molon.
“E eu quero agradecer o diálogo com o líder da Maioria, deputado
Aguinaldo Ribeiro, o diálogo com o presidente da Casa, Deputado Rodrigo Maia,
que também ouviu os nossos argumentos e outros que participaram desse debate e
que entenderam que a oposição tinha razão”, acrescentou.
O partido Novo, no entanto, criticou a aprovação do destaque dizendo que
a medida atacava um dos pilares da reforma da Previdência, o tempo mínimo de
contribuição.
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