Carro ficou suspenso após deslizamento (Foto: Corpo de Bombeiros Militar/Divulgação)
Santa Catarina
chegou ao quarto dia de estragos associados ao mau tempo nesta quarta-feira
(12), quando um ciclone extratropical ainda provoca chuva intensa em diferentes
regiões. Novas cidades do estado têm registros de famílias desabrigadas e de
bairros isolados por alagamentos, o que até então se concentrava mais ao Oeste.
Cresceu também o alerta com deslizamentos devido ao solo encharcado.
Também há registros
de rodovias interditadas por quedas de barreira e de cidades que estão com
falta de energia, em especial no Oeste, onde, ao final da tarde, havia alerta
de tempestade severa com granizo.
As regiões serrana,
Sul e do Alto Vale do Itajaí também lidam com estragos, o que envolve
enxurradas, quedas de árvores, destelhamento de imóveis, cancelamento de aulas
e transtornos no trânsito.
Oeste
Do Extremo-Oeste ao
Meio-Oeste catarinense, o ciclone gerou alerta de tempestade severa ao final da
tarde desta quarta, com chuva intensa acompanhada de vento forte. Havia ainda
risco de granizo.
Por volta das
18h30, o Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBMSC) já era acionado
em Chapecó para diversas ocorrências de destelhamento de casas. No Centro da
cidade, a avenida General Osório ficou em parte bloqueada devido à queda de uma
árvore pela força da ventania.
A essa mesma
altura, os municípios da regional de Chapecó tinham cerca de 52 mil imóveis sem
energia elétrica, conforme informado pela Celesc. Só na maior cidade da região
eram 18 mil.
Também em Chapecó,
a chuva invadiu ao menos dez salas de aula da escola de educação básica Bom
Pastor, o maior colégio estadual da região, sendo que quatro foram
interditadas.
Em São Carlos, a
Defesa Civil monitora com preocupação os alagamentos. Já em Serra Alta, há
grande número de quedas de árvores e de imóveis sem energia.
Extremo-Oeste
No Extremo-Oeste, a
BR-158 ficou bloqueada na altura de Caibi durante a madrugada, quando os
bombeiros precisaram fazer o corte de cinco árvores que caíram sobre a pista.
Não houve feridos.
Em Modelo, o barro
bloqueou uma estrada que dá acesso à comunidade Pitinga. Já em Itapiranga, o
rio Uruguai motivou alerta por estar a 6,5 metros acima do normal.
Até aqui, apenas as
cidades de Maravilha, Iraceminha e Flor do Sertão,
todas elas no Extremo-Oeste, decretaram situação de emergência. Elas fizeram
isso ainda no início da semana, após serem atingidas por um temporal de granizo
no domingo (9), causado por um outro ciclone extratropical.
Meio-Oeste
No Meio-Oeste, uma
das cidades mais atingidas foi Videira, onde houve enxurradas nas linhas
Rondinha e Sede Etelvina devido ao transbordamento de córregos. Uma escola na
rua Anita Garibaldi precisou cancelar aulas por conta da cheia do rio do Peixe,
que deixou o trecho intransitável.
Além disso, 23
pessoas precisaram ser retiradas de suas casas devido aos alagamentos, sendo
que 13 delas estão abrigadas agora em um ginásio de esportes do município,
segundo a Defesa Civil.
Fraiburgo, Salto
Veloso, Rio das Antas, Arroio Trinta e Caçador também tiveram alagamentos e
enxurradas, mas com estragos de menor proporção.
Em Água Doce, houve
registro de transbordamento do rio Macaquinha na comunidade de Nova Vicenza. Em
Tangará, a enchente de rios provocou o cancelamento de aulas nas escolas do
interior.
Também na região,
um deslizamento de terra em Lebon Régis atingiu a garagem de uma casa no
Centro. Um carro chegou a ficar suspenso no solo. Apesar do susto, não houve
feridos.
Ainda no
Meio-Oeste, a rodovia SC-355 está interditada por tempo indeterminado no trecho
entre Treze Tilias e Água Doce devido à pista estar cedendo, segundo a Polícia
Militar Rodoviária (PMRv).
Entre Arroio Trinta
e Salto Veloso, a rodovia SC-464 passa por trabalhos de desobstrução devido ao
acúmulo de água na pista, transtorno que já ocorria desde o dia anterior. Já em
Ibicaré, o km 59,5 da SC-453 chegou a ficar bloqueado pelo excesso de água, mas
já foi liberado.
Vale do Itajaí
Os transtornos
também atingiram cidades do Alto Vale do Itajaí, casos de
Ibirama, Presidente Getúlio, Witmarsum e Vitor Meireles. Na primeira delas,
pedras e vegetação caíram sobre a BR-470, o que interditou a rodovia entre a
noite de terça e madrugada desta quarta.
Em Presidente
Getúlio, cerca de dez pessoas tiveram de sair de casa por conta de inundações.
Por segurança, a prefeitura chegou a cancelar as aulas nas unidades públicas.
Em Witmarsum, um
motorista de 26 anos ficou ilhado e precisou ser resgatado pelos bombeiros no
Centro. Ele conseguiu sair do carro atingido por uma enxurrada quando passava
por uma ponte e se agarrar a uma árvore até a chegada do socorro. Depois disso,
foi liberado sem ferimentos.
Ainda no Vale do
Itajaí, uma lagoa se rompeu no alto de um morro em Aurora.
Já as comportas das barragens de Taió e Ituporanga foram
fechadas devido ao alto volume de chuvas.
Sul catarinense
No Sul de Santa
Catarina, foram canceladas aulas da rede pública ao menos nos municípios de
Praia Grande, São João do Sul e Timbé do Sul devido aos transtornos associados
ao ciclone.
Em Meleiro, uma
ponte de baixa estatura ficou interditada pela água sobre a pista. Já em Santa
Rosa do Sul, a comunidade Canto da Peroba ficou isolada devido aos alagamentos.
Região serrana
Na região serrana,
a passagem do ciclone causou estragos em ao menos 14 bairros de Lages, com
alagamentos, queda de muros e árvores, e deslizamentos de encostas.
O rio Carahá, que
corta a cidade, chegou a um nível de alerta máximo, cerca de 3,5 metros acima
do normal. No Centro de Lages, em frente ao Fórum Nereu Ramos, o trânsito ficou
parado após a rua alagar.
Também na região do
planalto catarinense, mas no Norte do estado, a Estrada Geral Colônia Litikoski
ficou fechada em Irineópolis após uma árvore cair no local e dificultar a
passagem de veículos na noite de terça. Uma motosserra foi utilizada para
retirada dos ganhos na via.
>>> PARTICIPE DO GRUPO DE NOTÍCIAS NO WHATSAPP.
DEIXE UM COMENTÁRIO
Facebook