Foto/Reprodução: Cristian Lösch/Rede Peperi
Uma moradora de São Miguel do Oeste foi pega de surpresa enquanto trabalhava na área de serviço de sua casa. Isso porque ela deu de cara com uma das serpentes mais peçonhentas que existem no Brasil: a coral-verdadeira (Micrurus altirostris).
O susto mobilizou as equipes do Corpo de Bombeiros Militar na noite desta terça-feira (4). O atendimento foi feito no bairro Agostini. A cobra se escondeu, mas foi localizada pelos bombeiros que a capturaram e devolveram ao seu habitat natural.
Sobre a espécie
O biólogo Jackson Preuss explica que a cobra coral
verdadeira é uma serpente que possui olhos pequenos e hábitos subterrâneos.
Elas vivem principalmente na camada superficial do solo ou sob o folhiço que
cobre o chão das matas. A dieta dessas cobras geralmente é composta por outras
pequenas serpentes.
“As cobras corais não são agressivas, não dão bote
e oferecem perigo somente quando manuseadas. Quando tocadas elas escondem a
cabeça junto ao corpo, levantam e enrolam a cauda, dando a impressão de se
tratar da cabeça. Este é um comportamento defensivo e é usado por várias
espécies, justamente para que a cobra tenha uma chance de morder enquanto o
oponente se distrai com a cauda mais elevada”, esclarece.
Na análise do biólogo, a coral verdadeira pode ter
sido encontrada dentro de casa por estar buscando abrigo, uma vez que elas
gostam de lugares escuros.
Quando ocorre a picada, o veneno dessas cobras tem
ação nerotóxica e é mais grave para crianças e idosos. “Os principais efeitos
são a visão dupla e borrada, as pálpebras ficam caídas e a pessoa tem aspecto
sonolento. Dores musculares e aumento da salivação também fazem parte dos
sintomas. A insuficiência respiratória pode ocorrer como complicação do
acidente levando à morte”, acrescenta.
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