Foto: Jonatan Jumes / Epagri
Com a produção de
495.995 toneladas de cebola na safra 2021/22, Santa Catarina se mantém como o
maior produtor da hortaliça no país, respondendo por cerca de 30% do total
nacional. Segundo Jurandi Teodoro Gugel, analista de socioeconomia da Epagri/Cepa, a safra se encerrou com produtividade
média de 28.396 kg/ha, numa área plantada de 17.467ha. Ele relata que, com
esses números, a cebola é responsável pela injeção de R$ 914,58 milhões na
economia catarinense, ou seja, esse é valor que os agricultores faturaram com a
venda nesta safra, fazendo a economia girar, principalmente nas regiões
produtoras.
A safra
2021/22 foi 27,19% superior ao ciclo 2020/21 na produção total e registrou
26,94% em ganho de produtividade. Jurandi ressalta que o aumento se deve não a
uma elevação, mas à retomada da normalidade na produção de cebola, superando as
perdas verificadas na safra anterior, decorrentes das condições climáticas. “É
uma volta ao patamar histórico de produção do Estado”, destaca o analista. Ele
lembra que, apesar da estiagem verificada recentemente, houve água disponível
para irrigação, o que permitiu a recuperação dos padrões históricos.
Comercialização e importações
Os bulbos da
recente safra também apresentaram uma boa qualidade e tamanho aceitável pelo
mercado. Aliada à qualidade sanitária dos bulbos, a capacidade de armazenagem
instalada nas propriedades dos produtores catarinenses está permitindo que a
hortaliça possa ser comercializada por período mais longo, relata Jurandi. Ele
avalia que, até o final de maio, toda a cebola catarinense esteja distribuída
para o mercado nacional. “De fevereiro a abril, Santa Catarina é o único estado
fornecedor de cebola do Brasil”, destaca.
Os produtores
catarinenses de cebola estão recebendo, em média, R$ 2,05 pelo Kg do produto,
calcula a Epagri/Cepa. A estimativa do custo médio de produção ficou em R$
1,57. Contudo, Jurandi ressalta que há quem produza com custo abaixo ou acima
da média estimada, e que os lucros vão depender da margem de cada um.
A queda nas importações é outra boa notícia para os produtores
de cebola do Estado. Segundo Jurandi, até o final de fevereiro ela estava baixa
em relação aos anos anteriores, o que fortalece o mercado interno. “Em 2021, o
país importou 116,96 mil toneladas de cebola, volume 40,85% menor que no ano de
2020. Nos dois primeiros meses de 2022, as importações foram 75,26% menores que
no mesmo período do ano anterior”, relata. Entre os fatores causadores do
cenário estão o câmbio desfavorável para compra de produtos do exterior, e o
encarecimento do transporte internacional ocasionado pela falta de contêineres
no mercado.
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