Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
O comércio entre
Brasil e Estados Unidos superou a marca de US$ 80 bilhões no acumulado de
janeiro a novembro deste ano, uma marca recorde para a relação entre os dois
países, de acordo com a Câmara Americana de Comércio (Amcham Brasil). O dado
soma o total de exportações e importações entre as nações, que totaliza US$
81,30 bilhões, uma alta de 28,6% em relação ao mesmo período de 2021, segundo
levantamento do Ministério da Economia.
Os Estados Unidos
são o segundo parceiro comercial que mais movimenta a economia brasileira.
Somente a China, com quem o Brasil já trocou, em 2022, quase US$ 140 bilhões,
está à frente dos norte-americanos.
Para Abrão Neto,
vice-presidente executivo da Amcham Brasil, a expectativa é superar a marca dos
US$ 90 bilhões.
“Os Estados Unidos
são um parceiro econômico crucial do Brasil. Neste ano de 2022, o desempenho da
relação comercial tem sido extraordinária, e esse desempenho vem com o
crescimento das exportações brasileiras para os Estados Unidos e também com o
crescimento das exportações americanas para o Brasil em quase todos os
principais setores das trocas comerciais, desde produtos manufaturados e
insumos agrícolas, e produtos energéticos. Então isso mostra que existe um
dinamismo muito forte nas relações empresariais e na realização de negócios
entre Brasil e Estados Unidos”, diz o executivo.
Nos dados
consolidados para os onze meses do corrente ano, as exportações para os Estados
Unidos cresceram 20,7% e atingiram US$ 33,83 bilhões. As importações desse país
também apresentaram alta de 34,9% e totalizaram US$ 47,46 bilhões. Sendo assim,
a balança comercial com os EUA apresentou déficit de US$ -13,63 bilhões para o
Brasil.
No fim de novembro,
a subsecretária de Comércio dos Estados Unidos, Marisa Lago, esteve no Brasil e
participou de encontro com empresários de diversos setores da produção
nacional. Na ocasião, foram discutidos temas como as oportunidades de
cooperação bilateral em cadeias de fornecimento, meio ambiente e facilitação de
comércio, além de medidas de curto e médio prazos para fomentar a relação
bilateral.
Membro da Frente
Parlamentar do Empreendedorismo, o deputado gal. Roberto Peternelli (União-SP),
elogiou o encontro. “Eu vejo de uma maneira muito positiva todo estímulo que
ocorre entre o Brasil e os Estados Unidos no intuito de aumentar a relação
comercial e também o intercâmbio tecnológico, o intercâmbio cultural, o
intercâmbio de doutorado e pós-doutorado. Isso é fundamental, e a vinda, nesse
aspecto de comércio, representa a importância que o próprio Estados Unidos dá
ao Brasil”, frisou o parlamentar.
OCDE
Essa relação entre
Brasil e Estados Unidos pode ser ainda mais rentável para ambos os países. A
entrada brasileira na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico
(OCDE) é vista como um passo nessa direção, bem como com outros parceiros
comerciais importantes, como as nações que compõem a União Européia.
O presidente da
Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, defende a
participação do país no bloco o quanto antes. “Nós somos favoráveis à entrada
do Brasil na OCDE o mais rápido possível. E a entrada na OCDE, a nós
brasileiros, garante uma pressão para que a gente faça o dever de casa de nos
adequarmos aos indicadores da OCDE, que são indicadores voltados para
crescimento, desenvolvimento, emprego, saúde. Então a entrada na OCDE, na
realidade, obriga o Brasil a, se nós tivermos uma meta no Brasil, que eu
defendo, de colocar um crescimento mínimo de 4%, todos vão trabalhar em função
dessa proposta”, afirma.
Segundo o deputado
Peternelli, mesmo ainda não tendo sido admitido na organização, o Brasil já se
porta como um de seus membros. “O Brasil, em termos de OCDE, ele já executa uma
série de atividades que são preconizadas pela OCDE. E essa execução dessas
atividades no nível da OCDE é que qualifica o Brasil para integrá-la. Em termos
de indústria o Brasil está muito bem, em termos de economia de mercado o Brasil
tem se colocado muito bem, em termos de tratamento e de relações humanas o
Brasil tem se colocado de uma maneira como a OCDE julga adequada. É lógico que
nós temos sempre coisas a melhorar, mas o Brasil já está bem nisso e um dos
aspectos que a OCDE coloca, que é o ambiental, o Brasil já está, em muitos
aspectos, à frente da própria OCDE”, garante o congressista.
Segundo o governo
federal brasileiro, o processo de entrada na organização foi formalizado no fim
de setembro. A União enviou o memorando inicial brasileiro como parte do
processo de entrada na OCDE, que agora avalia o pedido. Para ingressar na OCDE,
é necessário que o postulante faça a adesão a 230 instrumentos normativos.
Segundo o governo, o memorando mostra que o Brasil já cumpriu 108, solicitou
adesão a 45 e ainda não iniciou a incorporação de outros 77. Entretanto, o
processo de entrada ainda pode demorar anos para ser concluído.
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