O presidente do Comitê Rio das Antas, Giovani José Teixeira, afirmou, nesta quarta-feira, 11 de setembro, que a tendência de baixa precipitação de chuva poderá causar prejuízos elevados na região do Extremo Oeste, na Bacia Hidrográfica que abrange 36 municípios.
A análise dele se baseia em dados obtidos na Epagri/Ciram que mostram que a quantidade de chuva ocorrida desde fevereiro deste ano está abaixo da média histórica de precipitações. No mês de maio, por exemplo, o nível de chuva foi de 42,1 mm e a média histórica é de 154 mm, ficando 111 mm abaixo do considerado normal.
Outra medição preocupante indica que em agosto a tendência de baixa precipitação continuou, quando o acumulado no mês foi de apenas 43 mm, sendo que a média histórica é de 146 mm, com um déficit de 102 mm.
Segundo o presidente da
entidade, a situação merece bastante cuidado diante das baixas perspectivas de
chuva uma vez que a região tem como principal fonte de renda a produção
agropecuária que, como produtora de alimentos, precisa de água em quantidade e
qualidade e disponível com regularidade. “Além do campo, a estiagem deverá
afetar os sistemas de abastecimento nas cidades, que também dependem da oferta
de água superficial, pois os rios precisam da ocorrência de chuvas com
regularidade”, alerta Teixeira.
Um sinal evidente da estiagem é a diminuição do volume de
água no Rio Camboim, um dos principais
mananciais que fornece água para a estação de tratamento da Casan em São Miguel
do Oeste. A situação é agravada pelo assoreamento do rio que sofre com o acesso
direto de animais e pelo cultivo agrícola que fragilizam as áreas ribeirinhas.
A direção do Comitê Rio das Antas, ao mesmo tempo em que faz o alerta, também aponta algumas medidas que podem ser tomadas a fim de diminuir os riscos de escassez. Uma delas é evitar o desperdício, tanto no meio rural, quanto nas cidades, usando a água tratada apenas para os fins mais nobres, evitando a lavação de calçadas ou irrigação de jardins.
Investimentos em sistemas de captação de água da chuva também é medida importante, principalmente no meio rural a fim de garantir água para os animais. Além disso, a direção da entidade ressalta que práticas de proteção de nascentes e rios, associada a práticas de conservação do solo são fundamentais para garantir a perenidade de fontes de água e dos rios, além de garantir a recarga das águas dos poços artesianos, muito utilizados na região.
O quadro mostra a precipitação média de chuva no mês de agosto por regiões em Santa Catarina, indicando déficits preocupantes.
Fonte: Epagri/Ciram, set 2019.
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