Mesmo com o gabarito em mãos, os estudantes que fazem o Enem (Exame
Nacional do Ensino Médio) não conseguem saber a pontuação final da prova. Isso
porque o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio
Teixeira) utiliza um sistema de correção chamado teoria de resposta ao item .
O sistema, conhecido como um método “antichute”, pode ser usado a favor dos estudantes, principalmente nas provas de exatas, que serão aplicadas no próximo domingo (24).
“A dica geral é que acertar as questões fáceis dá mais pontos para o estudante. Como ele pode lidar com isso? Focando em acertar as questões fáceis. Na hora da prova, isso significa pular as questões difíceis. O Enem é uma prova que tem muitas questões e pouco tempo para resolver cada questão. Então, se perder muito tempo em uma questão difícil, isso não vai dar muito ponto no final e não vai valer tanto a pena”, explica o diretor de ensino do cursinho online Me Salva!, André Corleta.
Nesse domingo (17), os estudantes
fizeram as provas de linguagens, ciências humanas e
redação. No próximo, resolverão, em cinco horas, as questões de ciências
da natureza e de matemática. Ambas provas objetivas, de múltipla escolha. Cada
uma com 45 questões.
As questões do Enem são escolhidas a partir de um banco de questões do Inep, que é frequentemente abastecido com novas questões.
Na hora da correção, segundo o professor de física do pré-vestibular online Descomplica, Rafael Vilaça, o método leva em consideração a coerência da prova, ou seja, é esperado que um estudante que acerte questões muito difíceis, acerte também as muito fáceis. Se isso não acontecer, o sistema pode entender que ele chutou a questão e, por isso, ele pontuará menos nessa questão do que estudantes que tenham mantido certa coerência esperada.
“Essa metodologia funciona muito bem quando se tem essa
diferenciação entre questões fáceis e difíceis explícita. Isso acontece mais no
segundo dia de prova, quando se tem matemática e ciências da natureza. Entre as
humanidades [no primeiro dia de prova] é mais difícil”,
complementa Corleta. Questões que demandam muitos cálculos e operações
complexas são, geralmente, mais difíceis.
Vilaça orienta os estudantes a, caso não saibam uma questão, pular para outra. No fim da prova, se sobrar tempo, o estudante deve voltar nessas questões e tentar resolvê-las. “Sempre estimulo os alunos a tentar fazer as questões teóricas, não que sejam mais fáceis mas levam menos tempo e fazem com que se garanta as questões fáceis e teóricas e, também, uma coerência na prova”, diz.
Para o professor, nenhuma questão deve ser deixada em branco. Em último caso, o estudante deve chutar. “O chute é sempre melhor que deixar em branco. Nunca deixe. Porque mesmo que não esteja tão coerente a prova pelo fato de ter chutado a questão, se chutar e tiver a sorte de acertar, isso não significa que perderá ponto, mas que a questão valerá menos. Se deixar em branco, é zero”.
Enem
2020
Ao todo, cerca de 5,8 milhões de estudantes se inscreveram no
exame. O Enem 2020 terá uma versão impressa, que começou a ser aplicada no
último domingo (17) e segue no próximo fim de semana, no dia 24 de janeiro, e
uma digital,
realizada para 96 mil candidatos, nos dias 31 de janeiro e 7 de fevereiro.
As medidas de segurança adotadas em relação à pandemia do novo coronavírus serão as mesmas tanto no Enem impresso quanto no digital. Haverá, por exemplo, um número reduzido de estudantes por sala, para garantir o distanciamento entre os participantes. Durante todo o tempo de realização da prova, os candidatos estarão obrigados a usar máscaras de proteção da forma correta, tapando o nariz e a boca, sob pena de serem eliminados do exame. Além disso, o álcool em gel estará disponível em todos os locais de aplicação.
Quem for diagnosticado com Covid-19, ou apresentar sintomas dessa ou de outras doenças infectocontagiosas até a data do exame, não deverá comparecer ao local de prova e sim entrar em contato com o Inep pela Páginado Participante, ou pelo telefone 0800-616161, e terá direito a fazer a prova na data de reaplicação do Enem, nos dias 23 e 24 de fevereiro.
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