Em pelo menos seis dos oito Estados brasileiros analisados
pela Fiocruz
(Fundação Oswaldo Cruz) foi
constatata a prevalênca das variantes mais procupantes do novo coronavírus. Um
deste Estados é Santa Catarina, onde 63,7% das análises correspondem à
variante.
O dado foi obtido através de uma nova ferramenta de análise
genética, que indicou uma dispersão geográfica das cepas nos
Estados, bem como uma alta prevalência em todas as regiões avaliadas.
De acordo com nota divulgada no início da noite pelo Observatório Covid-19 da Fiocruz, foram avaliadas mil amostras dos Estados de Alagoas, Ceará, Minas Gerais, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
A ferramenta usada é capaz de detectar a mutação no vírus que é comum nas três variantes que mais vem preocupando o mundo atualmente – a P.1, identificada inicialmente no Amazonas, a B.1.1.7, originada no Reino Unido, e a B.1.351, na África do Sul.
A análise não mostra exatamente qual é a variante, mas a
ocorrência da mutação, o que já serve como indicativo de que o vírus circulante
mudou. As três são chamadas de “variantes de preocupação” ou VOCs, na sigla em
inglês, e já são associadas a uma maior transmissibilidade. Também há indícios
de que elas são capazes de escapar de anticorpos gerados em infecções
anteriores, possibilitando a reinfecção.
Dos seis Estados, somente nas
amostras de Minas Gerais e Alagoas
a presença da mutação ocorreu em menos da metade das amostras – respectivamente
30,3% e 42,6%. Os Estados em que elas mais aparecem são Ceará (71,9%) e Paraná
(70,4%). A situação nos demais é: Pernambuco (50,8%), Rio de Janeiro (62,7%),
Rio Grande do Sul (62,5%), Santa Catarina (63,7%).
O novo protocolo de RT-PCR já havia sido testado em janeiro, em 500 amostras do
Amazonas, onde a taxa de prevalência da variante foi de 71%.
“A alta circulação de pessoas e o aumento da propagação do vírus
Sars-Cov-2 tem levado ao surgimento de variantes de preocupação, que podem ser
potencialmente mais transmissíveis em todo o mundo. Foi este o cenário que
favoreceu o surgimento da variante brasileira P.1, no Amazonas, já classificada
como uma variante de preocupação”, aponta a Fiocruz na nota técnica.
Apesar de o teste ser capaz de detectar uma mutação comum a três variantes de preocupação, a Fiocruz afirma que há outros indícios de que “prevalência que está sendo observada nos estados esteja associada à P.1, uma vez que as outras duas variantes não têm sido detectadas de forma expressiva no território brasileiro”.
Recomendações
Diante deste quadro, o observatório
reforça na nota a necessidade de serem adotadas as medidas recomendadas no
início da semana pelo Conass (Conselho Nacional de Secretários
de Saúde), como a adoção imediata de lockdown nos Estados em que
a ocupação dos leitos de Covid-19 tenha alcançado mais de 85%, além da
aceleração da oferta de vacinas.
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