Uma vacina experimental para a Covid-19 da AstraZeneca,
desenvolvida na Universidade de Oxford, é segura e produziu resposta imune em
ensaios clínicos iniciais em voluntários saudáveis, informaram cientistas da
instituição nesta segunda-feira, 20.
O imunizante, chamado AZD1222, não provocou efeitos colaterais graves e
desenvolveu respostas imunes a anticorpos e células T, de acordo com o estudo
publicado na revista médica The Lancet.
Os resultados referem-se às fases 1 e 2 de testes. A terceira etapa está
sendo testada em 50 mil pessoas, incluindo 5 mil brasileiros.
"Esperamos que isso signifique que o sistema imunológico se lembre do
vírus, para que nossa vacina proteja as pessoas por um período
prolongado", disse o principal autor do estudo, Andrew Pollard, da
Universidade de Oxford. "No entanto, precisamos de mais pesquisas antes de
confirmarmos que a vacina protege efetivamente contra a infecção por SARS-CoV-2
e por quanto tempo dura a proteção", explicou.
Vacina chinesa chega ao Brasil
A vacina de Oxford está entre as principais candidatas na luta contra a Covid-19, que já matou mais de 600 mil pessoas no mundo, ao lado de outros em ensaios de estágio intermediário e final. Outro imunizante em estágio avançado de teste é a da chinesa Sinovac Biotech. A vacina chinesa chegou nesta segunda-feira, 20, ao Brasil e deve entrar em fase de testes.
A AstraZeneca assinou acordos com governos de todo o mundo para fornecer a
vacina, caso ela se mostre eficaz e obtenha aprovação regulatória. A empresa
afirmou que não buscará lucrar com a vacina durante a pandemia.
Normalmente, a vacina levaria 18 meses para ser aprovada, mas os cientistas estão confiantes de que conseguirão encurtar este período para 12 meses se os resultados forem positivos. Essa redução é possível porque a vacina está sendo testada simultaneamente em 50 mil pessoas em todo o mundo, um número recorde.
No Brasil, são 5 mil pessoas: duas mil em São Paulo, duas mil na Bahia e mil no Rio de Janeiro. A redução de tempo foi possível também por se tratar de uma vacina emergencial. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), existem atualmente 163 substâncias candidatas a vacina contra a Covid-19 em desenvolvimento em todo o mundo. Também segundo a OMS, a de Oxford é a que se encontra em estágio mais avançado de testes.
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