CPI da Chapecoense encerra trabalhos com acordo de US$ 25 milhões para as famílias

Divulgação

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12/07/2022 - 13h12

Presidida pelo senador Jorginho Mello, a CPI da Chapecoense encerrou os trabalhos nesta segunda (11), em Brasília, com acordo de indenização de US$ 25 milhões para as 71 famílias das vítimas do acidente. O aumento no valor do fundo humanitário foi selado por Jorginho Mello na semana passada, quando foi até Londres com recursos próprios e reuniu-se a seguradora Tokio Marine.

Segundo o senador, o valor do fundo humanitário pode aumentar para US$ 30 milhões se 100% das famílias aceitarem o acordo. Neste caso, o processo contra a seguradora deve ser retirado. As famílias têm 30 dias para responder se aceitam ou não.

A atuação do presidente Jorginho Mello no comando da CPI foi elogiada pelo relator, o senador Izalci Lucas e o senador Esperidião Amin.

Viajar para Londres com recursos próprios e viabilizar este acordo com a Tokio foi louvável. Mostra todo o respeito que o senador Jorginho Mello tem pelo povo catarinense”, elogiou Amin.

O senador Jorginho Mello destacou o papel da CPI como fundamental para pressionar as seguradoras. “Claro que não é o acordo ideal. Mas a CPI cumpriu sua missão principal de viabilizar um valor importante para o fundo humanitário. “Nada irá trazer esses guerreiros de volta. Mas é uma notícia que acalenta um pouco o coração das famílias. Por isso fiz questão de ir à Londres e buscar este acordo. Essa demora era inadmissível”, frisou o senador.

Histórico

Na primeira negociação foi oferecido US$ 200 mil (R$ 1,1 milhão) e nenhuma família aceitou. Meses depois, o valor subiu para US$ 225 mil (R$ 1,2 milhão) e cerca de 24 famílias aceitaram o acordo. Em troca, elas assinaram um termo de quitação que impediria qualquer ação na Justiça contra a LaMia e a Bisa.

Com essa nova proposta apresentada pela seguradora as 24 famílias que já receberam US$225 mil dólares vão receber a mais US$138 mil dólares que em reais dá aproximadamente R$ 749 mil. As outras 47 que ainda não receberam nada do Fundo Humanitário e que queiram agora irão receber o valor de US$363 mil dólares que convertendo da o valor de R$1.960,00.”

Após a nova etapa de negociação, não haverá mais necessidade de que haja a concordância de todas as famílias para ter direito ao valor proposto. Mesmo quem já recebeu o valor inicial terá direito a ganhar uma diferença por conta da elevação da indenização para US$ 25 milhões.

Covid suspendeu os trabalhos

Instalada em dezembro de 2019 para investigar o atraso no pagamento das indenizações, a CPI pretendia entregar um relatório em agosto de 2020, mas os trabalhos foram suspensos por dois anos por conta do Covid-19, retomando os trabalhos apenas este ano.

O acidente ocorreu há quase seis anos. A Chape iria disputar pela primeira vez uma final internacional, pela Copa Sul-Americana, em Medellín.

O avião da LaMia decolou de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, e sofreu uma pane por falta de combustível. A aeronave caiu em uma área de floresta nas imediações da cidade de Medellín, causando a morte de 71 pessoas.

Linha do tempo

Novembro de 2016

O avião que transportava a equipe da Chapecoense sofreu uma pane por falta de combustível e caiu em uma área de floresta em Medellín. Houve apenas seis sobreviventes.

Dezembro de 2019

É instalada a CPI da Chapecoense, presidida pelo senador Jorginho Mello, com o objetivo de investigar o acidente aéreo. Foco é a indenização dos familiares das vítimas.

Fevereiro de 2020

MP informa à CPI pedido de indenização de US$ 300 milhões. A comissão aprova 0 requerimentos de convocação de pessoas ligadas as seguradoras, entidades esportivas, companhia aérea, entre outros.

Março de 2020

CPI do acidente aéreo da Chapecoense ouve seguradoras e cobra indenização. Também ouve sócio da companhia aérea LaMia.

Março de 2020

CPI da Chapecoense é interrompida em função da pandemia.

Novembro de 2021

CPI retoma trabalhos e ouve boliviana responsável por controle de voo da Chapecoense.

Dezembro 2021

CPI da Chapecoense ouve presidente da seguradora Tokio Marine.

Fevereiro de 2022

CPI da Chapecoense ouve dirigentes sobre indenizações.

Fevereiro de 2022 

Dirigentes da Chapecoense dizem à CPI que o clube é vítima, não culpado.

Maio de 2022

CPI do acidente da Chapecoense busca acordo entre famílias e seguradora.

Junho de 2022

CPI da Chapecoense: representantes de Tokio Marine e AON não comparecem para depor.

Julho 2022

Presidente da CPI da Chapecoense, Jorginho Mello viaja para Londres, reúne-se com Tokio Marine e garante US$ 10 milhões a mais na indenização.

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  • Jornal Regional



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