Foto: Divulgação
Embora em patamares
tímidos, aumentou a preferência dos consumidores catarinenses por proteínas de
origem animal que não a carne bovina. A opção que mais cresceu neste semestre
de 2021 foi a carne suína, com +6,6% em demanda de volume. Os dados foram
extraídos de uma pesquisa da Associação Catarinense de Supermercados (Acats)
com empresas associadas de todos os portes e regiões de SC, considerando o período de janeiro a junho de 2021 em relação a
janeiro a junho de 2020.
Conforme apurado
pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o consumo de carne bovina entre brasileiros caiu para o menor
nível em 25 anos, de acordo com dados do governo, que calcula a disponibilidade
interna do produto subtraindo o volume exportado da produção nacional.
Não bastasse a perda de renda
da população, os preços de cortes bovinos dispararam na esteira de valores
recordes da arroba do boi gordo, limitando o consumo interno.
Outro dado reforça este recuo
é o fato de que os preços de cortes conhecidos como ´de segunda´,
historicamente sempre os mais baratos, acabaram recebendo reajustes muito
superiores aos cortes chamados ´de primeira´, o que aproximou bastante o custo
do quilo entre os dois grupos. As variações apresentadas pelos fornecedores
ficaram entre 35% e até 50% em alguns cortes específicos.
A pesquisa feita pela ACATS
apurou as seguintes variações de crescimento de consumo em volumes:
Carne de Frango: +3,3%
Carne Suína: +6,6%
Ovos: +4,3%
Pescados: +2,2%
O Presidente da Associação
Catarinense de Supermercados (Acats), Francisco Crestani, considera uma
movimentação normal de mercado essa mudança na preferência e que pode ter como
justificativa principal o bolso mais apertado do consumidor.
- A taxa de inflação ganhou
uma tração muito forte desde o início da pandemia, o que retira o poder de
compra da população fazendo com que as cestas de compras tenham itens realmente
básicos e mais em conta. A carne bovina registrou as maiores variações de
reajustes entre os itens de largo consumo e enquanto permanecerem em alta, a
restrição ao consumo é natural e não vemos perspectivas de mudanças no curto
prazo – afirma o dirigente.
Segundo as consultorias
especializadas no agronegócio, o atual panorama não deverá ser alterado no
segundo semestre. A expectativa do mercado é que os preços da arroba do boi
gordo podem alcançar os patamares dos R$ 340,00/@ a R$ 350,00/@ no segundo
semestre no período de setembro a outubro.
Como a exportação está super
aquecida e com cotações em alta, não é o mercado interno que dita o preço neste
momento, mesmo com uma retração da demanda do consumo, analisa um consultor do
agro. Ele destaca que o preço em dólar da tonelada de carne bovina exportada
agora no mês de julho está 32% superior ao mesmo período de 2020, sendo assim
um canal bem mais rentável para o setor produtivo em relação ao mercado
interno.
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