Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
A Confederação
Nacional da Indústria (CNI) divulgou, nesta terça-feira (11), uma nova projeção
de crescimento para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2022. De acordo
com o Informe Conjuntural do 3º trimestre, a instituição espera um crescimento
da economia de 3,1%, ante uma expectativa anterior, de julho, de alta de 1,4%.
Para a entidade,
foram cinco os principais fatores para essa revisão positiva do crescimento da
economia brasileira: melhora no mercado de trabalho, aumento do crédito, maior
impulsionamento fiscal com mais gastos dos setores públicos, crescimento das
exportações e normalização do fornecimento de insumos.
“Todos esses
componentes se traduzem num aumento da massa salarial real da população, que é
o que as pessoas têm de dinheiro, no total, para fazer as compras. Isso aumenta
o consumo”, explica Mário Sérgio Telles, gerente executivo de economia da CNI.
A taxa de ocupação
da população é medida pelo Ministério do Trabalho e da Previdência. No último
balanço, divulgado no último dia 30, identificou-se 99 milhões de pessoas
ocupadas, no trimestre encerrado em agosto, e uma taxa de desemprego no país
que caiu para 8,9%, o menor patamar desde o trimestre encerrado em julho de
2015.
Desta forma, a
expectativa da entidade para a taxa de desemprego média no ano caiu de 10,8%
para 9,3%, e a expectativa de crescimento da massa salarial real passou de 1,6%
para 5,1%, beneficiada também pelas recentes quedas da inflação. Para as
exportações, a CNI calcula um superávit da balança comercial de US$ 51,3
bilhões para 2022.
PIB da indústria
A expectativa de
alta para o PIB industrial também aumentou: de 0,2% passou para 2% neste ano.
Esse movimento de crescimento da indústria foi impulsionado por dois setores
específicos: o da indústria de transformação e o da construção civil.
No primeiro, houve
uma inversão da expectativa, que em julho era de queda de 1,5% e agora passou
para um crescimento de 0,6% do PIB. Isso se deu, segundo Teles, pelos mesmos
fatores que corroboram com a previsão de alta do PIB como um todo, “e também o
impulso fiscal que vai ser maior no segundo semestre, que gera demanda para o
setor industrial”, projeta.
No setor da
construção civil, o cenário é ainda mais animador: de alta de 2% em julho,
passou para 7% no relatório atual. O ramo foi impulsionado pela reformulação e
ampliação do Casa Verde e Amarela, programa de financiamento à habitação do
governo federal, conforme indica o relatório da entidade. “Aumento da projeção
de crescimento da indústria de transformação e aumento da projeção de
crescimento da construção civil é o que explica esse movimento na projeção de
crescimento da indústria como um todo”, aponta Teles.
Inflação
O Informe
Conjuntural revisou também a inflação para 2022, prevendo que o ano termine com
uma taxa de 5,9%. Queda essa influenciada tanto pela desoneração tributária de
serviços e produtos como energia, combustíveis e telefonia, quanto pelo
arrefecimento na alta dos preços dos insumos industriais e de alimentos.
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